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Parar para não morrer

Frigoríficos: manter o lucro e levar trabalhadores à morte

Vulneráveis, trabalhadores em frigoríficos questionaram sobre o risco do coronavírus e até realizaram paralisações em fábricas da JBS/Friboi, em duas cidades de Santa Catarina

Os donos de frigoríficos instauraram o caos em suas fábricas e os trabalhadores, diante dessa situação ficam suscetíveis ao contágio do coronavírus, o que poderá resultar em grande número de mortos.

Em artigo desse diário, publicamos qual o interesse dos patrões, bem como seu governo em manter os trabalhadores em situação de risco tão grande. Uma das questões que estão envolvidas é a exportação dos produtos de carne. Como disse a latifundiária, golpista e ministra da agricultura Tereza Cristina, esse setor industrial traz bilhões de dólares ao Brasil.

As péssimas condições de trabalho é o cotidiano nesse setor de produção, no país. A linha de produção, nos frigoríficos, em consequência do trabalho ser, em sua quase totalidade, de serviço braçal e a proximidade em que cada funcionário fica um do outro, chega a ser ombro a ombro, nessas condições, a possibilidade de contágio pelo coronavírus é algo praticamente impossível de evitar.

No entanto, o governo golpista do fascista Bolsonaro desde o início de 2018 tem feito um esforço enorme para que os donos de frigoríficos, que já utilizam seus funcionários como se estivessem no período colonial, restando somente a utilização do chicote. Só neste período, já foram modificadas as Normas Regulamentadoras (NRs) que tratam da saúde e segurança e, a latifundiária Tereza Cristina, principal interessada no funcionamento ininterrupto dos frigoríficos, ou seja, que funcionem de segunda a segunda-feira sem que os operários não tenham direito a descanso qualquer, agora esses golpistas resolveram considerar que os frigoríficos são essenciais.

O contágio do coronavírus

Desde o início em que começou a ocorrer os primeiros casos da contaminação dos brasileiros pelo coronavírus, os trabalhadores do setor industrial que mais ocorre doenças e acidentes no país, devido à vulnerabilidade, começaram a questionar sobre o risco que estavam correndo e, inclusive realizaram paralisações, no caso, em duas cidades de Santa Catarina.

Agora, em praticamente dois meses, onde tanto os patrões, quanto os governos que os representa, como o fascista Bolsonaro por exemplo, mas também, os governos estaduais e municipais onde os frigoríficos estão instalados fizeram da situação que ia se agravando, não disseram nada, ou seja, a produção dos frigoríficos tem que escoar. É preciso entrar dólares.

A trágica situação do Rio Grande do Sul

Somente no Rio grande do Sul, o estado onde o governador Eduardo Leito, do golpista PSDB e o prefeito Luciano Azevedo, do também golpista PSB que esconderam os casos de contaminação no frigorifico do grupo JBS/Friboi (62 casos) até não haver mais como. Há pelo menos nove cidades em que foram verificados a presença de trabalhadores que testaram positivo, o que denuncia um resultado muito diferente do que apresenta a realidade.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT/RS) procuradora Priscila Dibi Schvarcz menciona o caso de Ibirapuitã, com menos de cinco mil habitantes, que contabiliza 15 diagnósticos positivos para covid-19 e um dos maiores índices de incidência da doença no Estado: 360 para cada 100 mil habitantes.

Conforme Priscila, foram “importados” da unidade da JBS de Passo Fundo, a pouco mais de 50 km, onde alguns moradores da cidade trabalham.

Além de Passo Fundo, Lajeado e Garibaldi, há diagnósticos com origem em frigoríficos em municípios como Encantado, Tapejara, Marau, Trindade do Sul, Carlos Barbosa e Serafina Corrêa. (BBC NEWS – 13/05/2020)

Nesta semana o Ministério Público do trabalho (MPT) disse que está em investigação mais de 60 frigoríficos e, conforme a imprensa venal Globo de quarta-feira (13) “em abril, 42 frigoríficos paralisaram suas atividades para minimizar a transmissão do novo coronavírus nesses locais, de acordo com relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura na última semana.”

Segundo o governo, 35 paralisações foram por decisão das empresas, um foi por determinação do ministério e 6 foram determinadas por órgãos externos, como, por exemplo, a Justiça.

Do total de unidades paralisadas:

31 são frigoríficos de carne bovina; Cinco são frigoríficos de aves; Um é frigorífico de suínos; Três são unidades de beneficiamento de pescados; e

Dois são unidades de beneficiamento de carnes.

Como já se esperava, o governo Bolsonaro ocultou os nomes dos patrões dos frigoríficos, porem é nítido que JBS/Friboi, BRF-Brasil Foods, Minerva, Marfrig, Erechim, Aurora, etc., estão envolvidas na política de genocídio implementada pelos patrões a seus funcionários.

Outra questão a ser denunciada é de que somente 9,4% dos 446 estabelecimentos que existem no país, como apresentou o Ministério da Agricultura, pois esse ministério impôs a redução drástica de fiscais e, consequentemente de fiscalizações aos frigoríficos, abatedouros, bem como, aos criadores, tanto de bovinos, suínos e aves, deixando esta tarefa para seus próprios donos.

De acordo com o relatório, as paralisações foram em 10 estados:

Amazonas: duas unidades; Goiás: três unidades; Minas Gerais: uma unidade; Mato Grosso do Sul: 11 unidades; Mato Grosso: 10 unidades; Pará: seis unidades; Paraná: uma unidade; Rio Grande do Sul: cinco unidades; São Paulo: duas unidades; Tocantins: uma unidade.

Apesar dos números não representarem, nem de longe a realidade, em referencia aos caos de contaminação pelo coronavírus, os trabalhadores em frigoríficos, por causa dos patrões deixarem-nos jogados à própria sorte, podem ter um número extraordinariamente grande de mortos. Tudo para que os exploradores da força de trabalho de seus funcionários não sofram perda no lucro de suas industrias.

É necessário, no entanto, que os trabalhadores paralisem suas atividades, para que possam preservar suas vidas, bem como a de seus familiares, contra a ganancia dos patrões que estão de quarentena assistindo, bem de longe de seus frigoríficos, o volume de dinheiro sendo depositados em suas contas.

Juntamente com a paralisação, algo de fundamental importância deve ser organizado, tanto pelos trabalhadores, quanto pelo conjunto da população da periferia, que é a formação dos conselhos populares, para debater e tirar propostas concretas diante da situação em que estamos vivendo, da crise da saúde diante do coronavírus além de organizar as comissões de fábricas, uma forma de impor uma derrota à investida dos patrões que querem matar os trabalhadores de fome ou pelo coronavírus.

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