No Paraná, na cidade de Toledo, em uma única fábrica do Grupo BRF, grande exportadora de carne, 1.138 trabalhadores foram testados positivamente para Covid-19. O número de contaminados representa 29% dos casos de COVID-19 em frigoríficos do estado, o total de casos confirmados nos frigoríficos do estado até 24 de julho era de 3.979 casos segundo dados apresentados por agentes de saúde pública. Desde o início da pandemia em todo o estado morreram 2.417 pessoas e 94.882 foram contaminas pela Covid-19. A BRF, formada a partir da junção das grandes empresas Perdigão e Sadia tem em todo o país mais de 88 mil trabalhadores nas suas 35 plantas espalhadas pelo país. As denúncias de trabalhadores mortos já se espalham por inúmeras polantas da empresa, casos de Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná
De acordo com a Federação dos Trabalhadores em Alimentação do Paraná, filiada à CUT: “Esse número se torna ainda mais alarmante quando levamos em consideração a subnotificação que já ocorre no país pela não implementação de testes massivos por parte do governo de Bolsonaro e Mourão, seguido da conivência dos respectivos governadores de cada estado. Em comunicado, as autoridades de saúde do Paraná afirmaram que “embora a maioria das empresas tenha apresentado um plano de contingência para o enfrentamento da COVID-19, os casos continuam a crescer de forma bastante expressiva”, demonstrando a ineficácia de qualquer sistema de produção em que o lucro se sobrepõe à vida do trabalhador.”
A alegação de que as empresas apresentaram planos de contingência é na realidade uma enorme canalhice dos capitalistas da carne, e do seu governo encabeçado pelo golpista Ratinho Júnior. Isso é demonstrado pelo fato de que os empresários em acordo com o governo do Estado derrubaram a Resolução n° 855, de 1º de julho, que exigia o distanciamento mínimo de 1,5 metro. Agora está valendo a Portaria nº 19 de junho deste ano, do governo fascista de Jair Bolsonaro, que coloca em apenas um metro a distância entre os trabalhadores frigoríficos nas fábricas durante o período da pandemia.
No entanto, os empresários da carne que não ligam para o povo, querem um distanciamento ainda menor, com a alegação de que nos casos em que houver uso de máscaras ou equipamentos de proteção individual. Normalmente a distância entre trabalhadores nas unidades de produção já é de 0,85 centímetros ou menos, pois sabemos que dentro das empresas frigoríficas o poder dos encarregados lambe botas é o que vigora.
Assim o resultado é uma contaminação recorde e a mortandade de trabalhadores e seus familiares.
É necessário parar imediatamente a produção no ramo frigorífico do Paraná, realizar assembleias e decretar a greve de toda categoria para impedir mais milhares de mortes entre os trabalhadores e suas famílias nesta categoria que já é nacionalmente a recordista de mortes por Covid 19. Para defender a vida trabalhadores tem que passar por cima da inércia de muitos sindicatos no país e usar a única linguagem que os capitalistas entendem: GREVE!