Nessa semana, o tucano Fernando Henrique Cardoso (FHC), conhecido capacho do imperialismo norte-americano, encontrou figuras do chamado “campo progressista” para discutir a criação de uma “frente ampla”. Entre os que se encontraram com FHC, estão o governador do Maranhão Flávio Dino, o ex-presidenciável petista Fernando Haddad e o ex-chanceler Celso Amorim.
As conversas entre FHC, Haddad, Amorim e Dino aconteceram dias antes de uma convenção a ser realizada pelo PSDB. A convenção, conforme especulado pela imprensa burguesa, deverá orientar os parlamentares tucanos a como atuar nos próximos meses em relação ao governo Bolsonaro.
A aliança com os golpistas
Os encontros com FHC ajudam a esclarecer o que é a Frente Ampla, que é frequentemente apresentada de maneira obscura por setores da esquerda nacional. FHC teve a oportunidade de governar o país durante oito longos anos para explicar o que é a política neoliberal: a entrega do patrimônio nacional, o desemprego altíssimo e a dura repressão do Estado.
Fazer uma aliança com Fernando Henrique Cardoso para derrotar Jair Bolsonaro é, portanto, um absurdo, uma política injustificável. O fato de que FHC é um professor universitário, de que fala de maneira civilizada ou de que critica Bolsonaro não têm a menor importância: o tucano apoiou o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula.
Frente ampla com Rodrigo Maia
Dentro da esquerda, o partido que aparece como maior propagandista da chamada Frente Ampla é o PCdoB. No início do ano, Flávio Dino e outros correligionários defenderam intransigentemente o apoio à candidatura de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara. Isso, no entanto, não trouxe nenhuma vantagem para a luta contra o governo Bolsonaro.
Rodrigo Maia foi reeleito com tranquilidade para a Presidência da Câmara, sob nenhum protesto organizado da esquerda. Com isso, o centrão eleito por meio de uma fraude eleitoral se consolidou e conseguiu seguir legislando de forma totalmente negligente para com os interesses da população.
O caminho da mobilização
A única forma de derrotar o governo Bolsonaro é por meio da mobilização popular. Alianças com quaisquer setores da burguesia são, conforme comprovado nas últimas décadas, uma política suicida.
O único interesse de FHC ou qualquer outro setor da burguesia em conversar com a esquerda é a tentativa de salvar um regime político em frangalhos. O governo Bolsonaro está na corda bamba e pode colocar tudo o que os golpistas conseguiram impor desde 2016 a perder.