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Frente ampla

Frente com fascistas não derrota o fascismo

Debatemos aqui com as posições de Guilherme Boulos que defende a frente ampla para combater o fascismo com a direita fascista que apoia Bolsonaro

No programa Café com Boulos, protagonizada pelo candidato do PSOL Guilherme Boulos no dia 24 de maio, há uma enorme propaganda da defesa da frente ampla contra o fascismo e a tentativa de esconder quem são os verdadeiros “aliados” dessa frente que vamos debater neste artigo.

Guilherme Boulos começa explicando sobre o que é o fascismo e a maneira que devemos combatê-lo. “Em primeiro lugar construir uma frente ampla contra o fascismo: é preciso enfrentá-lo, mas ninguém consegue fazer isso sozinho. A luta pela democracia não escolhe esse ou aquele aliado. Qualquer um, de qualquer partido, de qualquer lugar que esteja disposto para que o país não vire uma ditadura. Quem quiser lutar pela democracia que se apresente e entre. Não é hora de ficar olhando para trás, lavar roupa suja, remoer ressentimentos do passado”, afirma no vídeo.

Para justificar sua política de buscar “apoio”, Boulos dá um exemplo ridículo e fora de contexto de pessoas contra o PT que apoiaram o impeachment ou que votaram em Jair Bolsonaro. É claro que Boulos e a esquerda pequeno burguesa querem o apoio desses elementos da direita que romperam com Bolsonaro, mas a intenção é algo ainda pior.

Um detalhe sutil feito de maneira proposital e que temos que diferenciar para entender a política, que Boulos faz para esconder a possibilidade de unificar com a direita “civilizada” ou o chamado “centrão”, pois não diferencia a pessoa que durante a campanha eleitoral caiu no conto da direita e votou no Bolsonaro, de elementos da política tradicional que organizaram o golpe, a perseguição a Lula e a ascensão de Bolsonaro a presidência, como o PSDB, PDT, DEM, Fernando Henrique Cardozo, Rodrigo Maia, Joice Hasselmann, Janaína Pascoal, Alexandre Frota, entre muitos outros.

A intenção do vídeo é clara de defender a frente mais ampla possível com elementos da direita golpista do chamado “centrão” ou de ex-bolsonaristas que romperam com o governo por divergências extremamente secundárias.

No vídeo Boulos revela que não sabe nada sobre fascismo, pois o fundamento do fascismo não é somente na brutalidade e na violência, mas também na destruição das organizações democráticas dos trabalhadores, como sindicatos, partidos políticos e tudo que faça parte da classe trabalhadora. Com essa caracterização elementos da extrema direita, como FHC, educado e moderado também é um fascista que apoiou a liquidação do Estado e das organizações dos trabalhadores como fez com a Federação Única dos Petroleiros em seu governo.

Mais do que a brutalidade e a ditadura, ou até contra a democracia, o fascismo se apoia no ataque direito aos trabalhadores e suas organizações. Nem precisa explicar muito profundamente para ficar evidente que não há a mínima viabilidade de lutar contra o fascismo com pessoas que apoiam o fascismo ou que são abertamente fascistas. Tanto é assim, que o chamado “centrão” que Boulos e a esquerda pequeno burguesa tanto procuram combater o fascismo se aproxima cada vez mais de Bolsonaro com a distribuição de cargos dentro do governo.

No final do vídeo fica descarado os verdadeiros interesses na frente ampla que não tem nada a ver com combater o fascismo: as eleições municipais. Boulos afirma que “as eleições municipais são fundamentais, não só para combater o bolsonarismo e seu projeto fascista, mas também para defender o SUS, a educação pública, o combate a desigualdade e a uma sociedade com valores mais solidários”.

Essa frente ampla proposta não tem nada de luta e de combater o fascismo nas ruas, mas de realizar uma possível unidade eleitoral para ganhar votos e tentar eleger parlamentares para as próximas eleições que podem nem acontecer e que são totalmente controladas pela extrema direita, como a fraude que ocorreu em 2018 e elegeu Bolsonaro.

E se essa política da frente ampla fosse honesta qual seria a necessidade de ter FHC e outros elementos da direita tradicional para derrotar Bolsonaro e sua política genocida, que inclusive foi apoiada por esse “centrão”. Quem a direita mobilizaria? Algum trabalhador? Fica sem sentido nenhum se não for apenas nas eleições.

A esquerda pequeno burguesa quer aliança com Felipe Neto, FHC, Maia, Alcolumbre, Frota e muitos outros direitistas, mas esquece do trabalhador e suas organizações. Por que não mobilizar a CUT, os milhares de sindicatos controlados pela esquerda, MST, MTST, UNE e outros movimentos sociais que compõe em sua base milhões de trabalhadores e estudantes que estão interessados em derrotar Bolsonaro e sua política de terra arrasada.

É preciso deixar de ser apenas um seguidor da direita e colocar em prática um programa independente dos trabalhadores de mobilização e de reivindicações e colocar os trabalhadores nas ruas para derrotar, não só Bolsonaro, mas os militares e a direita “civilizada” que colocou Bolsonaro no poder.

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