A Frente Brasil Popular (FBP), realizou nesta segunda-feira (20), em São Paulo, a reunião do seu Coletivo Nacional, integrado por mais de 80 entidades, dentre as maiores e mais importantes da luta dos trabalhadores em todo o País. Estiveram presentes dirigentes da CUT, CTB, CMP, MST, UNE, UBES, CNTE, PT, PCdoB e PCO, entre outros.
A reunião debateu o agravamento da crise do regime político, destacadamente após a realização das gigantescas mobilizações do último dia 15, quando mais de um milhão de pessoas foram às ruas em mais de 200 cidades de todo o País, tendo à frente professores e estudantes, mas com a adesão de trabalhadores e jovens dos mais diversos setores.
Os debates sobre a conjuntura realizados no encontro evidenciaram que uma parcela das direções da esquerda que integra a FBP – destacadamente aquelas ligadas ao PCdoB, mas também setores ligados ao PT – não considera como um fator decisivo na situação o fato de que as manifestações do dia 15 tenham se constituído em um movimento de luta não apenas contra os ataques do governo (cortes na Educação, “reforma” da Previdência” etc.), mas diretamente em atos contra o governo, expresso claramente no predomínio da palavra-de-ordem fora Bolsonaro por todo o País, acompanhada muitas vezes dos gritos pela liberdade de Lula.
Dessa forma, desconsideram a significativa evolução política que se processa entre ampla parcela das massas no sentido de se mobilizar pela derrubada do governo, amplamente repudiado pela maioria do povo brasileiro – que vem se processando desde a sua eleição com o voto da minoria do eleitorado (pouco mais de 30%).
A “análise” apresentada por esses setores diante da situação mostra que sua “visão” está condicionada por sua política de desconsiderar a possibilidade de uma mobilização geral contra o governo e o conjunto do regime político e de apontar no sentido de que essa luta tenha apenas caráter “acessório” às iniciativas no Congresso Nacional dominado pelos golpistas, que já se comprovou como um verdadeiro túmulo para as reivindicações populares e um dos pilares do regime golpista e da sua ofensiva contra a população.
No debate, os representantes do PCO apontaram a necessidade de que a FBP e todas as organizações de luta dos trabalhadores tenham uma política independente diante da crise, expressem e lutem por uma alternativa própria, a luta pela derrubada do governo ilegítimo de Bolsonaro e de todos os golpistas; por meio da mobilização revolucionária das massas, com a imposição (esteja ou não na Constituição) de novas eleições, livres e democráticas, com a conquista da liberdade de Lula e de todos os presos políticos, com Lula candidato e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, para por abaixo o regime golpista atual, revogar todas as “reformas” contra o povo brasileiro e a economia nacional, em favor do imperialismo e do grande capital “nacional”.
Vários integrantes da FBP também se manifestaram na defesa do fora Bolsonaro e, principalmente, para destacar a necessidade de levantar em meio às mobilizações atuais (greve geral etc.) a defensa da liberdade de Lula, como o próprio presidente da CUT, Vagner Freitas, que informou no encontro sobre o crescimento da mobilização em torno do dia 14 de junho, embaladas pelo êxito das grandes manifestações do último dia 15.
No calendário de Lutas aprovado pela reunião, destacam-se:
25 e 26 de Maio – Mutirão Lula Livre
30 de Maio – Mobilização dos estudantes
2 de Junho – Festival Lula Livre, em São Paulo
14 de Junho – Greve Geral