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Derrotar a direita

Frente ampla, não! Os trabalhadores devem lutar de forma independente!

Incessantemente, setores da esquerda nacional têm defendido a necessidade de uma frente com a burguesia. É necessário abandonar já essa política.

De maneira frequente, a burguesia, por meio de seus ideólogos e de sua imprensa golpista, tem se queixado de que a situação política, no país e no mundo, se encontra polarizada. A polarização, contudo, não é algo indesejado, mas sim um fenômeno inevitável pertencente à atual etapa de crise capitalista. Na medida em que a crise obriga a direita a aumentar ainda mais a intensidade com que explora todos os povos do mundo, naturalmente os trabalhadores se insurgem contra seus algozes, em um movimento que tende a se direcionar para um choque decisivo contra a burguesia. Para tentar evitar esse choque, surge, assim, o fenômeno da frente ampla.

A frente ampla, embora tenha se consolidado enquanto uma coligação com características específicas após as experiências da luta de classes na França e na Espanha no período entre guerras, é nada mais do que uma política de colaboração de classes – colaboração essa que já vinha sendo combatida desde, pelo menos, a segunda metade do século XIX. Inspirada na propaganda despolitizada sobre o problema do fascismo — segundo a qual esse não seria um movimento impulsionado pelo imperialismo, mas o resultado de uma conspiração maligna de alguns indivíduos —, a frente ampla seria uma reunião de partidos da esquerda com partidos supostamente “democráticos” para forjar uma vitória eleitoral contra a extrema-direita.

Desde que a situação política no país se tornou cada vez mais radicalizada, em especial após o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016, a frente ampla voltou a ser tema de interesse da burguesia. Nos últimos anos, afinal, o movimento popular e operário se chocou inúmeras vezes com a burguesia, o que poderia levar à dissolução do regime político se as principais organizações da esquerda o acompanhasse de maneira firme. São exemplos disso a greve dos caminhoneiros de 2018, que por pouco não se transformou em uma greve geral fatal contra o governo Temer, a luta contra a prisão de Lula, que desmoralizou o poder da própria polícia e os grandes atos de maio de 2019, que expressaram uma tendência gigantesca à mobilização pela derrubada de Bolsonaro.

A frente popular se opõe justamente a essa tendência de luta pela derrubada do regime. Os partidos burgueses, que são convidados para formar essas frentes — e terminam dirigindo essas frentes —, não só são incapazes de mobilizar o povo contra a extrema-direita, como, efetivamente, não são a favor de uma luta real contra o fascismo. São incapazes porque os anos em que estiveram no poder aplicando a política neoliberal fez com que ficassem sem qualquer prestígio junto à população — nenhum sindicato, tampouco nenhum trabalhador avulso iria se dispor a lutar contra a direita por causa do chamado de um político como Fernando Henrique Cardoso. E são, obviamente, contra enfrentar a extrema-direita porque isso levaria a uma mobilização contra a burguesia de conjunto. Se esses partidos não têm prestígio algum junto à população, naturalmente que a mobilização também passaria por cima deles.

Os partidos burgueses não só não tem nada a oferecer como são um profundo obstáculo a formação de uma frente de luta pelos trabalhadores. As frentes amplas acabam por arrastar toda a discussão política para as eleições a contribuem colossalmente para esvaziar as ruas nos momentos mais efervescentes de mobilização contra a direita. Além disso, trazem uma confusa enorme no interior do movimento, uma vez que a política apresentada é uma política de zigue-zague, que ora apresenta partidos como o PSDB como inimigos do povo, ora apresenta figuras como Fernando Henrique Cardoso como um aliado contra a “barbárie”.

A frente ampla deve, portanto, ser rejeitada definitivamente pelos trabalhadores e por todos os explorados que lutam pela derrubada do governo Bolsonaro. É preciso organizar um movimento independente da burguesia e que tenha uma política que coloque todos os setores em choque com o regime. É preciso, portanto, abandonar as alianças com a direita golpista e formar comitês de luta para preparar a derrubada do governo Bolsonaro e impedir o crescimento da extrema-direita.

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