Da redação – Em meio ao momento de crise sanitária e crise econômica graves, procuramos o posicionamento da esquerda política pequeno-burguesa diante de um cenário tão complicado como o atual. A proposta de formação de uma Frente Ampla, estratégia defendida, principalmente, pelo atual governador do Maranhão, Flávio Dino, vem sendo cotada como a melhor forma de combate ao atual governo parasitário.
Dino, cujo partido ao qual está filiado é o PCdoB, defende a necessidade de uma “união entre Lula e Luciano Huck” ou seja, a união entre os setores políticos de ideologia esquerdista, representados pela figura de Lula, e a expressão pura dos interesses da burguesia brasileira, Huck, em uma possível eleição em 2022. Porém, esta estratégia é falha até mesmo do ponto de vista da efetividade.
É fato que Jair Bolsonaro chegou ao poder através de uma campanha muito bem montada, com a utilização das redes sociais e de notícias falsas, não somente nas redes, mas, especialmente, no monopólio da imprensa capitalista. Este governo instalou-se totalmente, montou suas bases na opinião pública de setores reacionários da pequena-burguesia e segue implantando seu plano econômico de arrocho.
Diante disso, propõe-se que a esquerda busque um diálogo com setores de direita “não aliados” ao governo, porém, com características ideológicas e práticas bem parecidas. Esquece-se, então, que se faz impossível o diálogo entre trabalhadores e capitalistas e seus representantes políticos, pela lógica da luta de classes. Parece que a esquerda esqueceu-se de 2016, o maior resultado da aliança com a classe reinante.
Enfrentar a extrema-direita requer organização política e, principalmente, mobilização das camadas inferiores. Mas a estratégia de aliança não passa de uma traição à classe trabalhadora. É entrar no jogo político capitalista, onde a classe dominante sempre ganha e acaba por realizar seus interesses lucrativos.
Cabe às organizações verdadeiramente aliadas à classe trabalhadora a militância, alcançar as massas para mobilizá-las. Devemos, agora, orientar e organizar os trabalhadores que estão sendo brutalmente atacados pelas medidas econômicas e pela falta de medidas sanitárias do governo ilegítimo em meio à pandemia do coronavírus, levar à população propostas efetivas, radicais e operárias para vencer a crise e derrubar Bolsonaro, caso contrário o desastre humanitário será fatalmente destrutivo.