O presidente Bolsonaro fez declarações desafiadoras aos governadores, em temas como tributação e segurança pública. Em relação aos impostos, Bolsonaro em tom de chacota desafiava as unidades da federação a diminuir ou mesmo abrir mão de parte da carga tributária. Em resposta, 20 governadores lançaram uma declaração conjunta critica o presidente, mas ao mesmo tempo convidado Bolsonaro para o “ dialogo”.
O documento assinado pelos governadores da esquerda do Nordeste junto com os direitistas Doria (governador SP) e Witzel (governador RJ) é uma expressão institucional da chamada política de frente ampla, no caso um frente super ampla, englobando políticos da direita, que são responsáveis por políticas tão ou mais reacionárias do que o próprio Bolsonaro. Uma questão crucial como a ação de extermínio da PM é o exemplo mais evidente.
As articulações em torno da cartinha para Bolsonaro, indica até onde a ideia de colocar o fascista na linha tem um caráter inócuo e sobretudo demagógico. Tanto os governadores da direita quanto os governadores da esquerda buscam uma propaganda.
Do ponto de vista da esquerda, a ideia de que uma frente com direita possa conter Bolsonaro é absurda em si mesma, ainda mais contraproducente fomentar a unidade com fascistas como Doria e Witzel e outros que assinam a carta dos governadores.
A Frente Ampla é isso: uma unidade com esses direitstas com uma finalidade, não a de combater Bolsonaro (muito menos o golpe) mas de conviver “democraticamente” com ele, e no fundamental a reboque dos setores mais direitistas. Afinal de contas, seria muito ingenuidade acreditar que o PSDB, o DEM, Doria etc teriam interesse em levantar alguma política minimamente favorável ao povo.