Em postagem nas redes sociais, o deputado federal do PSOL-RJ, Marcelo Freixo, afirmou que o fuzilamento, com oitenta tiros, feito soldados do Exército contra uma família inteira na comunidade de Guadalupe, é consequência do estímulo ao ódio dentro das forças de repressão. Para o deputado, portanto, a luta não tem que ser para pôr abaixo essas verdadeiras máquinas de guerra contra o povo, que são o Exército e a polícia, mas sim acabar com ódio dentro destas instituições.
Para Freixo, teríamos que nos esforçar para tornar os verdadeiros pitbulls raivosos, que são os militares e policiais brasileiros, em poodles bonzinhos com o povo trabalhador, a juventude, os negros etc..
Para Freixo, portanto, o massacre no Rio de Janeiro não é expressão do golpe de Estado e do acirramento da luta de classes, ou seja, do crescente fortalecimento dos órgãos de repressão e da violência destes contra o povo, mas uma expressão do ódio, de algo subjetivo, que seria resolvido com o seu oposto, o amor e a paz.
É preciso lembrar que Freixo nunca viu nenhum problema nas consequências nefastas para a população do fortalecimento das forças repressivas. Freixo é o deputado defensor das UPPs que, apesar do nome bonito de Unidades de Policia Pacificadora, foram e são responsáveis pelo verdadeiro genocídio do povo negro nas comunidades cariocas, em conluio com o Exército e a policia militar, haja vista o caso do pedreiro Amarildo, que nunca foi localizado, dentre tantos outros.
É preciso esclarecer para Freixo, que dar lições de amor e afeto para verdadeiros fascistas, como são os chefes militares e policiais, e as forças de repressão fortemente armadas e treinadas para uma “guerra” contra seu próprio povo, não é o caminho mais adequado para acabar com os massacres cotidianos que ocorrem nas periferias.
É preciso opor à esse massacre, a mobilização e a organização da população explorada, sob a base de um programa que vise por fim ao atual regime de arbítrio e terror contra a população.
É preciso mobilizar pela dissolução da PM e de todo o aparato repressivo desde as guardas municipais, as UPPs, Policias Militares, até o próprio Exército; defendendo sua substituição por policias municipais controladas pela população, com comandos eleitos pela comunidade trabalhadora.
É urgente também a organização do povo, nas comunidades, nos bairros e nas periferias em comitês de auto-defesa, para se opor às investidas do estado fascista.
Esta luta deve estar vinculada à luta contra o golpe de Estado, contra o regime de terror e massacre, que não pode ser parado com discursos e declaração de amor, mas com a mobilização revolucionária nas ruas, pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos e por colocar para fora Bolsonaro e todos os golpistas.