As eleições se aproximam na Argentina. Em outubro acontece a votação para escolher o próximo presidente. Mauricio Macri, o atual presidente neoliberal que está destruindo a economia, entregando o patrimônio nacional e acabando com as condições de vida dos trabalhadores, tenta a reeleição. De outro lado, Cristina Kirchner lançou um candidato para tentar derrotá-lo, Alberto Fernández. Ela participará na chapa como candidata a vice. O processo eleitoral, porém, não transcorrerá normalmente, prepara-se uma fraude que Kirchner terá que superar para conseguir voltar ao poder.
De volta do recesso essa semana, a justiça argentina começa a preparar uma série de decisões relativas a casos de suposta corrupção do governo de Cristina Kirchner, envolvendo a própria ex-presidente, empresários próximos do governo e aliados políticos. Decisões guardadas cuidadosamente para interferir diretamente nas eleições, prejudicando a campanha eleitoral da candidatura de Kirchner. Com acusações sob medida para favorecer Macri, ajudado por todo o regime político, organizado para garantir sua vitória e a continuidade do golpe que foi dado nas eleições anteriores.
Trata-se de uma fraude eleitoral, na prática. A campanha de um dos lados estará completamente prejudicada. Mas isso ainda não é tudo. Os kirchneristas têm denunciado que as eleições tornaram-se suspeitas com a contratação da empresa Smartmatic para realizá-las. A Frente de Todos, de Cristina Kirchner, afirma que a empresa não pode garantir a transparência do processo, e fará uma contabilidade paralela nas eleições primárias do próximo domingo (11).
Toda essa situação indica que as eleições podem acabar mal para os trabalhadora, com mais um mandato de Macri, apesar de sua ampla rejeição popular. Graças ao fato de que a própria direita que organizará as eleições, tendo o apoio do imperialismo e de toda a imprensa capitalista para levar adiante seu programa. Enquanto isso, a esquerda tem capitulado diante dos ataques da direita, como mostrou Kirchner ao abrir mão de ser ela mesma a candidata, colocando um homem de confiança dos banqueiros em seu lugar.
A situação argentina deve ser acompanhada de perto. As eleições de 2022 no Brasil, se por acaso acabarem acontecendo, tendem a ser desse mesmo jeito: uma farsa controlada pela direita para manter a direita no poder, destruindo e entregando o país.