Nesta sexta-feira (16), a Polícia Federal (PF) divulgou informações sobre o laudo preliminar da morte do indígena Emyra Waiãpi, encontrado morto em julho deste ano no Amapá. De acordo com a perícia realizada pela polícia controlada pelo fascista Sérgio Moro, o cacique não foi assassinado, pois os indícios apontam morte por afogamento.
O registro dos médicos legistas nega a existência de lesões de origens traumáticas no corpo de Waiãpi, sendo a lesão encontrada na cabeça do cacique uma mera lesão superficial.
“O laudo conclui que o conjunto de sinais apresentados no exame, corroborado com a ausência de outras lesões com potencial de causar a morte, sugere fortemente a ocorrência de afogamento como causa da morte de Emyra Waiãpi”, conclui a PF.
Sabe-se, no entanto, que no dia 27 de julho, índios da Terra Waiãpi pediram ajuda à órgãos federais em decorrência da invasão de garimpeiros que, segundo os próprios indígenas, haviam montado acampamento no interior de suas terras. Segundo relato dos indígenas, a gangue de garimpeiros entrou a noite e se instalou em uma das casas, acossando os índios, que não encontraram outra alternativa a não ser fugir para aldeias vizinhas. Já no dia seguinte, houve buscas por parte da PF que, estranhamente, não encontrou quaisquer indícios dos garimpeiros.
Ainda segundo a perícia da polícia de Bolsonaro, Emyra morrera entre os dias 21 e 23 de julho e, por conseguinte, a PF aguarda laudo complementar toxicológico, que deve ficar pronto em 30 dias. Em suma, a PF conclui que não há dúvidas quanto a morte por afogamento.
Diante da escalada fascista do governo de Jair Bolsonaro (PSL) contra as populações autóctones e todos os que lutam pelo direito à terra, podemos descartar toda essa panaceia articulada pela PF e dizer que trata-se de uma fraude. Sabe-se, sobretudo, que a PF tem prestado um bom serviço aos bolsonaristas e latifundiários da extrema-direita.