Do total do eleitorado, Jair Bolsonaro conquistou apenas 39% dos votos. Fernando Haddad ganhou 32%. Votos nulos, brancos e abstenções chegaram a 29%. Somando-se os votos do candidato petista com os nulos, brancos e abstenções, resulta que 61% do eleitorado não votou em Bolsonaro.
E isso, segundo os dados oficiais divulgados pela própria Justiça Eleitoral golpista, controlada totalmente pela direita e pela burguesia, que fraudou as eleições para derrotar o PT e levar Bolsonaro à presidência da República.
A imprensa burguesa, que apoiou Bolsonaro, faz a propaganda de que ele foi escolhido pelo povo, tentando, como sempre, esconder a fraude e legitimar as eleições mais fraudulentas da história da República.
No entanto, como demonstram os próprios números da burguesia, Bolsonaro não foi legitimado em hipótese alguma pelo povo. A maioria da população não votou em Bolsonaro, mas, pelo contrário, rechaçou, repudiou, condenou o candidato golpista.
O povo não quer Bolsonaro. Seu apoio vem da burguesia, que, após um período de discordância, finalmente entrou em acordo para elegê-lo, a fim de derrotar o PT. O imperialismo, vendo que seu principal candidato – Geraldo Alckmin – não conseguiria emplacar, apostou em Bolsonaro para dar continuidade ao golpe e aprofundar os ataques aos trabalhadores e ao saque às riquezas nacionais.
Bolsonaro é impopular. O povo não se sente representado por ele. Sente, ao contrário, que Bolsonaro é um perigo às conquistas democráticas mais elementares. Entretanto, esse repúdio à extrema-direita ainda não se transformou em um amplo movimento de massas que busque enfrentá-lo e derrotá-lo.
Para que isso se concretize, a esquerda e os movimentos populares, como a CUT e o MST, devem organizar os trabalhadores para derrubar Bolsonaro. O PCO, muito antes da oficialização da vitória fraudulenta nas eleições, já vem fazendo uma campanha para enfrentá-lo. “Fora Bolsonaro e todos os golpistas!” é o nosso lema. Unida de maneira independente da burguesia, a esquerda deve entrar em um debate imediato, democrática, para conceber um plano de luta e organização dos trabalhadores a fim de levar adiante essa campanha. O PCO chama à convocação de um Congresso do Povo para discutir essa questão. Além disso, nos dias 8 e 9 de dezembro, será realizada em São Paulo a 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe.
A hora é de transformar o repúdio popular a Bolsonaro em ações concretas no sentido da organização das massas populares para derrotar o golpe e a extrema-direita.