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Construindo o Partido no Acre

Francisco Leite, candidato do PCO a prefeito de Rio Branco (AC)

Nós estamos começando um trabalho do partido no Acre agora, está bem no início mesmo, mas já conseguimos implementar o comitê de Lutas em Rio Branco junto com outras organizações.

O Diário Causa Operária entrevistou o candidato à prefeitura de Rio Branco no Acre como parte da série de entrevistas com os representantes do partido nas eleições municipais.

Francisco (Chico) Leite tem 60 anos ,é paulistano e aposentado, reside no Acre desde 2011. Tem formação na área de rádio e comunicação e trabalhou com eventos culturais durante muitos anos no estado de São Paulo enquanto servidor do SESC de Santos.

Companheiro Chico, como foi sua entrada no PCO?

Depois do golpe de 2016, minha esposa assistiu a uma entrevista do Rui Costa Pimenta na TV 247 que na época também estava começando. Ela me falou desta entrevista, que tinha gostado muito da análise feita pelo Rui. Depois nós procuramos o canal do PCO no Youtube e passamos a acompanhar todas as análises políticas da semana aos sábados. Eu percebi que concordava com tudo que era exposto e que ali parecia existir realmente uma proposta revolucionária. Com o passar do tempo isso só foi se confirmando e a coerência e embasamento da política proposta pelo partido me fez procurar e me filiar.

Chico, você tinha atividade na luta social antes de entrar para o PCO?

Recentemente não, a não ser eleitoralmente acompanhando candidatos do PT mas com os quais eu me sentia cada vez mais desapontado. Por outro lado na juventude quando cursava o último ano do que na época se chamava segundo grau e corresponde ao que é hoje o ensino médio, em 1977 explodiram as manifestações estudantis em São Paulo levadas adiante principalmente por universitários da USP e da PUC. Na época eu frequentava o curso pré- vestibular Equipe que pertencia a um pessoal de esquerda, inclusive eles eram ligados a um grupo de teatro chamado União e Olho Vivo que tinha uma proposta de luta sofrendo com a censura como aliás todo o pessoal de esquerda ligado às artes.

Um professor do cursinho Equipe que lecionava história do Brasil era ninguém menos que José Genoíno, na época eu não sabia do passado guerrilheiro dele. Então eu comecei a participar das manifestações estudantis, a correr da polícia, gritar palavra de ordem ABAIXO À DITADURA e eu estava inclusive no ato realizado na frente do teatro da Universidade Católica quando a PM atacou os estudantes e invadiu a Universidade para prender o pessoal.

Na época a gente confiava que se esconder dentro das instituições a polícia não iria invadir, mas o então secretário de segurança pública de São Paulo, coronel Erasmo Dias, deu a ordem de invasão e prisão de todo o mundo. Foram chamados ônibus da companhia municipal de transporte coletivo para transportar centenas de estudantes para o quartel general da ROTA, onde passamos a noite sendo fichados. No ano seguinte já como aluno da USP, participei dos movimentos da reconstrução da UEE e posteriormente da UNE.

Mais tarde participei do movimento sindical dos bancários. O presidente do sindicato em São Paulo era o falecido Luiz Gushiken que veio a participar do primeiro governo Lula. Isso foi em 1985 quando houve uma enorme greve nacional dos bancários . Antes disso teve os movimento pelas eleições diretas Já, e posteriormente passei a militar na área cultural . Em uma época integrei um grupo de teatro do sindicato de marceneiros de São Paulo e de organizações que lutavam pela reabertura política.

Como aconteceu a tua candidatura pelo PCO?

Nós estamos começando um trabalho do partido no Acre agora, está bem no início mesmo, como em quase toda a região norte. Mas o Partido está crescendo aqui como em todo o Brasil. Então nós avaliamos que seria possível lançar uma candidatura para as eleições municipais de Rio Branco. Pelo menos para divulgar o programa do PCO e levantar as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Lula presidente em 2022. Então aceitei o convite para ser o candidato à prefeito.

Quais as atividades que o partido participa no Acre?

Implementamos o Comitê de Lutas em Rio Branco que tem realizado atos Fora Bolsonaro na cidade. O comitê é incipiente, porém já agrupa pessoas de diferentes organizações.

Como está a organização da esquerda no Acre?

O PT foi governo por 20 anos aqui, mas o que se diz aqui é que o PT daqui é diferente do resto do país. A própria CUT aqui apoiou o governo de direita daqui e travou uma batalha muito meia boca contra a reforma da previdência estadual, o que consequentemente levou à derrota do funcionalismo público. Para você ter uma ideia, nas campanhas eleitorais a esquerda não usa vermelho, sua cor é o amarelo.

Qual a situação da população do Acre, da classe trabalhadora, com essa crise?

O estado é pobre por natureza , a atividade econômica é bem básica, agropecuária , serviços, comércio , não existe industrialização. O principal empregador é o governo. E como o estado não gera receitas a economia depende das boas relações com o governo federal . É visível o empobrecimento da população, a falta de empregos, o crescimento altíssimo de pessoas morando na rua e pedintes nos sinais.

Chico, a sua candidatura sofreu algum tipo de perseguição na justiça?

A candidatura foi indeferida com a alegação de irregularidade no CNPJ. O partido recorreu e iremos até o fim.

E a imprensa? Você  tem sido convidado para algum debate ou entrevista?

Temos sido solenemente ignorados …

Para finalizar, Chico , que recado você tem para a esquerda e para toda classe trabalhadora?

O que eu acho mais importante dentro do trabalho do PCO é que a única mudança real que pode acontecer na sociedade só vem por meio de uma revolução. E para se fazer uma revolução é necessário um partido organizado e organizador. E aproveitar todas as oportunidades para fazer avançar a consciência das massas. Eleições são basicamente um momento de propaganda e agitação. Em si não têm o poder de mudar nada. É preciso mobilizar os trabalhadores.

Obrigada companheiro pela entrevista e sigamos em frente na construção do partido.

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