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França: situação dos subúrbios é crítica, direita pretende aumentar a repressão

Recentemente, a presidenta do Conselho Regional da Ilha da França (Île de France), Valérie Pécresse, deu uma entrevista para o jornal Francês Le Figaro. Na entrevista Valérie, que pertence ao partido direitista Les Républicains (Os Republicanos), deu as caras da política repressiva com o qual o governo francês pretende encarar a crise política em que se encontra o país. Após duras críticas ao governo de Macron por ser “angelical” demais, a entrevistada deixou bem claro que o governo deveria restringir sua política para a imigração, acabar com programas sociais de moradia e partir em uma investida contra os muçulmanos que habitam o país.

A incessante luta dos Coletes Amarelos está levando a população a se revoltar contra a política de esmagamento do povo do governo francês, as inúmeras manifestações levadas pelo movimento têm incentivado muitos estudantes a promoverem ocupações e protestos em várias escolas. Os bairros de periferia também têm seguido a mesma lógica, povoados por muitos imigrantes que beiram a pobreza, e que constantemente são  reprimidos pela polícia racista, agora são palcos para fortes ações contra o impopular governo de Emmanuel Macron.

Segundo Valérie, a solução é simples: câmeras e mais policiais nas escolas, assim como uma drástica diminuição do HLM (Habitation à Loyer Moderée, moradias subvencionadas pelo governo) levando ao fim dos bairros populares, criando novos bairros com um piso mínimo de aluguel. Essa seria a sugestão da presidenta do conselho para Macron. Uma maneira de jogar a população marginalizada ainda mais na pobreza para que estes não tenham meios de se revoltar, e aumentar a repressão.

A região de Île de France é a mais importante do país, é onde se encontra a capital francesa e onde tem a maior concentração urbana, e por consequência maior presença de guetos.

Uma coisa na qual o leitor deve prestar atenção é o ataque que a burguesia francesa está levando contra os muçulmanos. A comunidade tem uma forte concentração nas áreas periféricas, e tem sido uma das principais atingidas pela política neoliberal do governo francês, motivo pelo qual tem se juntado aos protestos. A campanha que a imprensa burguesa e a direita vem levando é de que os muçulmanos estão trazendo o antissemitismo de volta para a Europa. No início do mês, o filósofo francês, Alain Finkielkraut, foi insultado enquanto passava de carro perto de uma  manifestação dos coletes amarelos. Finkielkraut é um notório sionista, em uma de suas recentes declarações em apoio à Israel, o filósofo falou que a natalidade palestina era um absurdo, nascem crianças demais na região e estas são um perigo para o futuro de Israel. Não é de se assustar que uma figura dessas tenha uma forte impopularidade entre os franceses.  A mídia usou esse episódio para rechaçar os coletes amarelos e a população muçulmana e árabe.

O governo de Macron encontra-se numa verdadeira crise desde o final do ano passado. Não conseguindo conter o movimento dos Coletes Amarelos que cada vez mais se lança contra o presidente, o governo está tendo que partir para manobras repressivas, sobre tudo contra a população mais pobre que é evidentemente mais vulnerável, na esperança de amedrontar o povo. A impopularidade de Macron é uma prova de que as fraudulentas eleições que, assim como no Brasil, aconteceram na França, não são suficientes para dar estabilidade para um regime político em crise.

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