Desde a explosão ocorrida no porto de Beirute, o presidente Francês Emmanuel Macron vem tentando aumentar sua influência na ex-colônia francesa e tomar conta do regime político no país. O imperialismo francês, aliado ao restante do imperialismo internacional, conseguiu em um primeiro momento derrubar o primeiro-ministro do país, Hassan Diab e colocar em seu lugar o ex-diplomata alemão Mustapha Adib.
Adib prometeu seguir a política do FMI e do próprio presidente francês, realizando reformas econômicas e políticas que beneficiam o imperialismo. Ambas as reformas são exigências para que o país tenha acesso a empréstimos e consiga reconstruir o porto.
No entanto, a política de Macron não para somente nas reformas. Após o golpe de estado no Mali que derrubou o primeiro-ministro Boubou Cissé e fez o presidente Ibrahim Boubacar Keïta renunciar, ambos aliados do governo francês, o imperialismo da França vê a necessidade de reparar as perdas e conseguir um maior controle no Oriente Médio, no Sahel e no Norte da África. Por isso é importante para o imperialismo francês o controle da política do Líbano, como na época em que o país era sua colônia.
Para isso, o presidente da França tenta conquistar o apoio da extrema-direita, realizando, inclusive, um abaixo-assinado que pedia a volta do pacto colonial entre Líbano e França. Mas, além da extrema-direita, Macron tenta o apoio também da burguesia libanesa em partidos cristãos maronitas, sunitas e, inclusive, tenta o apoio do Hezbollah, partido com maior peso político no Líbano.
O Hezbollah, no entanto, é um partido fortemente ligado à causa palestina e é um grande aliado do Irã e da Síria no Oriente Médio, o que pode fazer com que o partido não faça nenhum tipo de acordo com a França. Outro setor que pode fazer barrar uma aliança entre frança e Hezbollah é Israel, que agora tenta apoio de países árabes na região, como os Emirados Árabes.
A crise no Oriente Médio é uma das maiores de todos os tempos, o que coloca em cheque a dominação do imperialismo na região e faz com que esse setor tente fechar ainda mais o cerco para não perder o controle político.