Atendendo o chamado dos sindicatos franceses milhares de pessoas saíram as ruas de Paris neste sábado (4) e protestaram para exigir a retirada do projeto de reforma da previdência proposta pelo governo de Emmanuel Macron. Os Coletes Amarelos também participaram da marcha, que se concentrou no leste da capital, passando pela praça da Bastilha. O presidente da Confederação Geral do Trabalho CGT, Philippe Martinez, disse que “mais greves são necessárias em todos os lugares”.
Este já é o segundo mês das mobilizações em todo país principalmente na capital, em que os transportes públicos estão em greve desde 5 de dezembro, paralisando mais de 50% de todo o transporte do país, e que vem completando um mês de paralisação neste domingo (5), o que torna a greve mais longa do setor na história da França. Centenas de pessoas também se mobilizaram em protesto em Marselha, no sudeste do país. Em Toulouse, o movimento dos Coletes Amarelos entrou em uma estação ferroviária e bloqueou os trilhos com apoio do funcionários grevistas.
Houve repressão das forças policiais, proibindo que a passeata em Paris se aproximasse da avenida Champs Elysées, tradicional ponto turístico da capital francesa, na tentativa de parar uma das principais estações ferroviárias da cidade. A policia usou gás de pimenta e gás lacrimogênio para reprimir os manifestantes. Em uma mensagem de fim de ano o presidente Emmanuel Macron indicou que a reforma entrará em vigor, independente dos protestos da população, e pediu “compromisso rápido” entre governo e sindicatos.
Essa não parece ser a intenção dos dirigentes do movimento. Uma nova Jornada de greve geral está marcada para o dia 9, próxima quinta-feira. A partir de segunda-feira (6) estão previstas manifestações de várias categorias de profissionais liberais, como advogados, e também do movimento operário, como os petroleiros. A CGT quer organizar bloqueios a partir do dia 7 terça feira, em refinarias e em depósitos de combustíveis.
Ao contrário das mobilizações no Brasil, em que a esquerda literalmente entrou de “férias” no inicio de Dezembro, as mobilizações na França não param e prometem continuar com muita força janeiro de 2020 adentro.