Com a recente polêmica da interferência imperialista liderada pela França na questão das queimadas na Amazônia, muitos setores confusos da esquerda burguesa e pequeno-burguesa levantaram a ideia de que esse apoio francês seria bem-vindo para promover um enfrentamento com o governo Bolsonaro. Além disso, há uma clara exaltação do estado francês, como se este fosse democrático e preocupado com o problema do meio-ambiente. Porém, quando se observa a atuação do governo francês em outros países atrasados onde sua influência é maior, como em suas ex-colônias africanas, pode-se perceber que sua atividade é extremamente predatória e opressora para o povo dessas nações.
Um exemplo disso é a utilização do Franco CFA em 15 países africanos, que conquistaram sua independência colonial há menos de 100 anos, mas não conseguiram se livrar totalmente da influência econômica de sua antiga metrópole. A moeda controlada pelo estado francês surgiu a partir do regime nazista que ocupou a França durante a Segunda Guerra e foi imposta às suas colônias após a guerra da independência de 1945, configurando um verdadeiro sistema monetário de extorsão e subjugação e que anula parte da economia e soberania desses países.
Países como a Costa do Marfim, Gabão, Chade e muitos outros têm as suas cédulas e moedas produzidas em território francês e têm, por conta disso, 50% de suas receitas de exportação bloqueadas pelo Tesouro francês nas chamadas “contas de operações”. Os juros gerados pelos fundos são doados aos países africanos sob a justificativa de “ajuda ao desenvolvimento”, gerando um endividamento e aprisionamento dentro desse sistema. Por conta dessa política nefasta, essas nações se encontram em situação de pobreza crônica há mais de 50 anos e muitas pessoas desesperadas optam pela migração para a França como forma de sobrevivência, para lá chegarem e serem tratadas como “lixo humano”.
O imperialismo, seja ele europeu, norte-americano ou de onde for, nunca tem a intenção de ajudar os países atrasados. Toda a sua política é no sentido de poder oprimir a população desses estados e extrair deles toda a riqueza que conseguirem. É necessário que as populações das nações oprimidas se mobilizem para lutar contra o imperialismo e contra a opressão sistemática que lhes é imposta pelos capitalistas desses estados que são verdadeiros sanguessugas do resto do mundo.