França e Espanha têm queda recorde no Produto Interno Bruto (PIB) de 13,8% e 18,5%, respectivamente, e afundam em recessão histórica em meio a pandemia. O recuo no PIB ocorreu em toda a zona do euro, sendo a contração mais forte da história desde que começaram os registros em 1995.
Segundo a agência de estatísticas Eurostat, nos meses de abril e junho o PIB de 19 países da zona do euro encolheram 12,1% em comparação ao trimestre imediatamente anterior. Após o recuo de 3,6% no trimestre anterior a expectativa do mercado era de na pior das hipóteses uma contração de 12% a realidade apresentada foi pior do que as expectativas.
A Espanha despencar ladeira abaixo
Em seu segundo período consecutivo de queda no PIB, a Espanha reconheceu estar em recessão, amargando o pior resultado na zona do euro, após 5,2% no período anterior, uma diminuição muito significativa de 18,5% do PIB. A situação difícil da quarta maior economia da zona do euro foi anunciada pelo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Os setores do comércio, transportes e hotelaria foram os mais afetados pela pandemia com queda de 40%. Entretanto, a construção civil e a indústria não foram muito melhores com quedas respectivas de 24% e 18,5%. Mas o pior resultado foi do setor de turismo que representa 12% do PIB, esse teve uma queda de 60% em comparação a 2019.
Com uma redução no consumo das famílias de 21%, o recuo nos investimento de 22%, o retrocesso de um terço das importações e um saldo de 28.400 mortos oficiais, a Espanha foi um dos países mais afetados pela pandemia na Europa. Mas também foi um dos principais do plano europeu de estímulo anunciado pela União Europeia em 21 de julho, recebendo na forma de créditos e subsídios diretos, 140 bilhões de euros do total de 750 bilhões.
Pior resultado da França desde 1949
O segundo pior resultado na zona do euro foi da França que apresentou um recuo de 13,8% no PIB, o seu pior resultado desde 1949. O único diferencial é que no caso da França as expectativas do Instituto Nacional de Estatísticas (Insee) 17% de recuo eram piores dos resultados obtidos.
Segundo o Insee: “A evolução negativa do PIB no primeiro semestre de 2020 está relacionada com a interrupção das atividades ‘não essenciais’ no contexto do confinamento em vigor entre meados de março e o início de maio”.
No caso da França existe todo um esforço do governo, principalmente do ministro da economia Bruno Le Maire para passar boas expectativas para o final do ano de 2020, mas os resultado não foram como vislumbrado pelo Insee e Maire, em 2021 a França já começa com uma expectativa de recuo de 8,3% no PIB para o ano.
Crise imperialista se aprofunda
A Espanha e França encerram 2020 em recessão, com quedas recordes PIB, que considerando a totalidade do ano foram respectivamente estimadas em 11% e 8,3%. Isso mesmo com o pequeno crescimento no último trimestres de 2020, o ano foi claramente de perdas para o imperialismo.
Esse cenário não é exclusivo do imperialismo europeu, pelo contrário a maior ave de rapina, os Estados Unidos (USA) foi fortemente afetado pela pandemia e teve um recuo de 3,5% no seu PIB em 2020. Esse foi o pior resultado nos USA já registrado desde 1946 momento que o país tentava se recuperar da Segunda Guerra Mundial.
A realidade deixa claro que os países imperialistas se aprofundam cada vez mais na crise, a uma velocidade vertiginosa, verdadeiramente exponencial.