São 204.177 famílias registradas na prefeitura de Fortaleza, Ceará, no Cadastro Único – mecanismo do Governo Federal que identifica e caracteriza a população de baixa renda para inserção nos programas sociais. Nas famílias extremamente pobres, a renda familiar mensal por pessoa é de apenas R$ 89,00. A permanência da desigualdade de renda tem como efeito privações como a fome.
Enquanto isso, o Ceará é o terceiro estado brasileiro em número de bilionários, com 15, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro.
Além dessas, outras 39.728 famílias de Fortaleza estão em situação de pobreza, conforme o Ministério da Cidadania. Nesse caso, a renda mensal por pessoa é de somente R$ 178,00.
Existe um único restaurante popular mantido pela prefeitura na capital cearense, em Parangaba. Algumas pessoas andam 11km com seus filhos todos os dias para garantir uma refeição. No local, que serve 1.400 refeições por dia, o prato custa R$ 1,00. É uma abundância de comida para quem, muitas vezes, não tem o básico em casa. A oferta de alimentos no restaurante da prefeitura é inferior à demanda. A fila se forma antes da 10h e segue até mais 12h. Quase sempre, a quantidade de refeições acaba antes de fila terminar.
O restaurante existe desde apenas junho deste ano. Antes, a situação era ainda mais desesperadora. Os pobres só conseguiam comer mendicando. Algumas crianças, em época escolar, garantiam uma merenda por dia. Em tempos de férias, pediam na rua.
Apenas em três pontos do Centro (Praça José de Alencar, Praça da Lagoinha e nas proximidades da Estação de Metrô) o número de pessoas em situação de rua hoje chega a 400. A maioria negros, pardos e com baixa ou nenhuma escolaridade. Muitos analfabetos.
O chamado benefício eventual de distribuição de cestas básicas sofre os efeitos do contingenciamento de recursos do Governo Federal, relata o secretário, Elpídio Nogueira. No momento, o município sequer tem contrato em vigor para garantir esse benefício.
Lembrando que Fortaleza tem uma população próxima a 2,5 milhões e sua população de extrema pobreza somada à população de pobreza representa menos de 10%, com tendência de alta em tempos de golpe., assim como a quantidade de gente rica, branca e feliz no Beach Park e passeando pelo mundo.