No último período, com o agravamento da crise econômica e com a explosão da crise de saúde pública no mudo, por causa do Coronavírus, o acirramento da luta de classes se acentuou exponencialmente e pôs de maneira imediata duas saídas para a crise; saídas essas totalmente opostas entre si. De um lado, a burguesia, que quer salvar seu amontoado obsceno de dinheiro; do outro, o povo, que quer sair vivo da crise.
Para sair vivo dessa crise, é necessário formar Conselhos Populares nos bairros. Esses conselhos consistem num órgão popular. Para isso, o primeiro passo é tomar a iniciativa política. Os militantes mais dispostos a intervir na situação, por meio da orientação do seu partido revolucionário, deve ir até os bairros.
É preciso fazer uma panfletagem nos bairros, olhar nos olhos dos trabalhadores e convidá-los a se mobilizar e organizar, com uma lista de reivindicações que contemplam seus próprios interesses. Com os interessados, é necessário marcar uma reunião, para organizar de fato esse trabalho.
Nessa reunião, devem-se discutir as necessidades imediatas do bairro. E, para levar a cabo a solução dessas reivindicações, entregar uma lista de reivindicações à prefeitura da cidade. Essa organização tem em princípio dois objetivos: um fiscalizador, de cobrar do poder público o atendimento às reivindicações dos moradores dos bairros, tal como as mais básicas para a crise da saúde, como hospitais de campanha, leitos com respiradores, testes em massa, álcool, máscaras, lutas, materiais de higiene, condições de moradia, restaurantes populares, etc. O outro objetivo é o que for necessário e urgente de resolver, e será feito pelo próprio conselho, com a sua capacidade de organização, por meio de uma rede de ajuda mútua, como, por exemplo, a fome.
Enquanto a prefeitura, os governos estaduais e principalmente o fascista governo federal, olham para fome da população com indiferença constante, é necessário organizar a população para trabalhar sistematicamente em torno de, por exemplo, um restaurante de campanha. E usar essa iniciativa para pressionar ainda mais o poder público.
Além do fato de que, via-de-regra, as ambulâncias demoram, e muitas vezes nem chegam, aos bairros operários, será preciso angariar carros para ficarem plenamente prontos para levar os doentes aos hospitais mais próximos. E o Conselho deve estar atento a ir aos hospitais, às Secretarias municipais de saúde e à prefeitura para pressionar para que haja atendimento para todos.
É necessário organizar para que reivindicações como a proibição de corte de água e luz durante a pandemia deva ser cumprido. Sempre que houver um corte de luz, a população terá de ser chamada para impedir na força que essa arbitrariedade criminosa seja levada a cabo. Em suma, tudo que se tenha condições de resolver, deve ser resolvido de imediato.
Para garantir o interesse vital da população, deve-se organizar Conselhos Populares em todos os lugares possíveis. Essa organização é a chave para que o povo caminhe em direção a condições de civilização, principalmente durante uma crise gigantesca. Do contrário, será uma carnificina. Por isso, construir e organizar Conselhos Populares em todos os lugares!