Uma das armas da burguesia em tempos de crise é segurar as informações e, no limite, divulgar a conta gotas, diluídas em meio a generalidades, a realidade do que está acontecendo no País.
Uma das realidades que mais procuram camuflar é justamente o aumento do custo de vida, em primeiro lugar, o da alimentação. Em meio a um “economês” que ninguém entende, foi divulgado que a inflação de março deste ano foi de 0,07%, a menor para o período desde o plano Real de 1994.
A escalada vertiginosa da crise, por mais que a imprensa capitalista procure ocultar, reflete diretamente no custo de vida da população, a começar por uma questão de sobrevivência, que são os custos dos alimentos.
Sem contar a carne, que já vem em aumento vertiginoso desde outubro de 2019, e o desabastecimento de gás, que está em crescimento em todo o País, todos os alimentos que compõem a cesta básica sofreram aumentos estratosféricos, variando para mais ou para menos de acordo com a cidade, mas em linhas gerais, todas com o mesmo efeito. Um exemplo é a cidade de Belo Horizonte:
Feijão carioca, de R$ 5,04 e subiu para R$ 9,64, uma alta de 91%
Litro de leite que estava R$ 2,45 em novembro de 2019, agora custa R$ 3,32, um aumento de 35,5%.
Óleo de cozinha cujo preço médio era de R$ 3,51 em novembro, agora é de R$ 4,46, 27% a mais;
Açúcar de: R$ 8,23 para R$ 10, 20, de 23,98%, 5kg de açúcar cristal saiu de R$ 8,23 para R$ 10, 20, de 23,98%
Arroz preço médio do pacote de cinco quilos de arroz de uma marca saltou de R$ 16,39 para R$ 18,44. Ou seja, uma alta de 12,53%.
Macarrão. O pacote de 500 gramas de uma marca líder de mercado subiu para R$ 3,50. Em novembro o mesmo produto custava R$ 3,14, o que dá um aumento de 11,55%.
O mesmo se deu com produtos ortigrangeiros:
- Cenoura, alta de 52% no Rio de Janeiro;
- Batata, reajuste de 32% em Belo Horizonte;
- Cebola, variação de 85% no Recife;
- Tomate, mais 20% em São Paulo.
Essa realidade só demonstra que a burguesia, especuladora na sua essência, sem contar os subsídios do governo, as demissões em massa, ainda almeja mais lucros sobre a população explorada.
Para os pequenos produtores pagam o mínimo e arrancam lucros astronômicos em cima da desgraça do povo.
É por isso que a constituição de conselhos populares são de absoluta necessidade. Saúde e condições básicas de alimentação são questões fundamentais e elementares para enfrentar a pandemia e garantir que o povo pobre não seja condenado à morte.
Uma das tarefas dos conselhos reside, justamente, na luta pelo controle do abastecimento e contra a especulação com os gêneros de primeira necessidade. E isso pode real com o povo nas ruas e mobilizado.