A montadora de automóveis multinacional Ford está destruindo mais de 900 unidades inacabadas de veículos. A ação é promovida na cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Bahia e foi filmada na quinta-feira (4) de março. As imagens mostram partes já construídas de veículos da marca Ka, Ka Sedan e Ecosport sendo destruídos e descartados.
A destruição ocorre porque a empresa decidiu encerrar as atividades produtivas no Brasil, fechando todas as montadoras e jogando no desemprego uma grande quantidade de trabalhadores.
A Ford havia anunciado o fechamento em janeiro, e mentiu afirmando que as fábricas de Camaçari e de Taubaté, no interior de São Paulo, permaneceriam funcionando durante um período para a produção de peças de reposição, mas as fechou por mais de um mês contrariando acordo entre a marca e representantes dos trabalhadores.
A empresa procurou tirar qualquer lucro excedente da crise que criou. Propôs que ao invés de produzir automóveis os trabalhadores produzissem somente peças de reposição, inclusive para as latarias já moldadas e prontas. Isto quando pressionada a readmitir trabalhadores que perderam seus empregos devido a negociação que decidiu de vez por fechar as portas.
Tamanho o descaramento dos capitalistas por trás da Ford, que tem a intenção de produzir objetos no país e se recusar a remunerar decentemente pessoas para tal. A situação da crise é tão profunda que a grosso modo querem promover trabalho quase escravo da mão de obra operária. Quando negado utilizam-se de chantagem.
A situação é absurda e criminosa, porém é a única forma que os donos dos grandes monopólios imperialistas agem na atualidade, promovendo destruição das economias nacionais, desemprego e miséria. A destruição de bens construídos pelos trabalhadores vira sucata simplesmente se não atendem a necessidade de lucro crescente e constante dos empresários carniceiros. O imperialismo internacional, tendo os governos como capatazes, a exemplo da ação da Ford, é capaz de destruir nações inteiras para manter sua política nefasta.
Essa imposição dos monopólios, no entanto, vê-se facilitada pelo política da esquerda nos sindicatos da classe operária, que se mantém fechados e sujeitando os trabalhadores a acordos em que vogam a máxima, “ganhar menos para ter emprego garantido”, que de fato não tem efeito nenhum já que muitas empresas estão fechando e promovendo o desemprego de qualquer forma.
Para reverter a situação é preciso mobilizar os trabalhadores para lutar por seus empregos e direitos. Tomar a propriedade privada dos meios de produção com a ocupação das fábricas e a denúncia para toda a população dos crimes perpetrados pelos capitalistas. Somente os trabalhadores e suas organizações de classe, juntamente com o povo brasileiro organizados e o povo em geral, podem se defender dos monopólios.