Neste domingo (05), o Parlamento do Iraque aprovou uma moção direcionada para o governo iraquiano que demanda a completa retirada das tropas americanas do país. No total, são 5.200 militares do Exército dos EUA presentes no Iraque, com o pretexto de combater o Estado Islâmico.
A moção aprovada pelo Parlamento pela retirada das tropas americanas é resultado dos bombardeiros que mataram militares iraquianos e iranianos em Bagdá, em especial o general Qasem Soleimani e membros das Forças de Mobilização Popular e membros de milícias pró-Irã. A morte do general desencadeou mobilizações de massas no país persa contra a presença dos Estados Unidos no Oriente Médio, com gritos de “Morte aos EUA” e queima de bandeiras americanas. O episódio provocou uma escalada nas relações entre o Irã e os EUA e elevou o nível da tensão mundial.
Na segunda (06), o presidente Donald Trump, que deu a ordem que autorizou o assassinato do general Soleimani, afirmou que a saída das tropas americanas estaria condicionada ao pagamento de despesas do Exército pelos iraquianos. Além disso, fez ameaças de duras sanções contra Iraque caso os americanos tenham que efetivamente se retirar. Contudo, mesmo com ameaças, um porta-voz das forças militares do Iraque afirmou que as autoridades têm colocado em marcha os preparativos para a retirada das tropas americanas, e já começaram a restringir os movimentos das forças de coalizão na terra e no mar. Segundo o governo, estão proibidas as movimentações das tropas estrangeiras.
Os Estados Unidos devem respeitar a decisão soberana do Parlamento e se retirarem imediatamente, sem impor nenhuma condição e tampouco promover retaliações com sanções econômicas contra a Economia iraquiana. A afirmação de Trump de que os iraquianos devem pagar as despesas do Exército americano revela uma mentalidade de tipo colonialista, como se a ocupação ilegal e ilegítima do Iraque fosse um bem para o país. É a mesma atitude dos nazistas, que obrigavam os países por eles ocupados a pagar os as despesas da ocupação.
Mesmo diante da decisão soberana que obriga a retirada, Donald Trump quer manter a ocupação militar do Iraque. Os países do Oriente Médio e todos os países oprimidos do mundo devem se colocar contra as ameaças e a presença de bases militares dos EUA fora de seu território. O direito de extraterritorialidade da aplicação de suas leis e a doutrina de guerra preventiva são instrumentos que o imperialismo utiliza para intervir militarmente em outros países em defesa de seus interesses políticos e econômicos. Todos os países estão sujeitos a intervenções dos EUA, seja por meios diretos, isto é, militares, seja por patrocínio de golpes de Estado que resultam na instalação de governos-satélites.