O Governo do Distrito Federal publicou há alguns dias a Portaria Conjunta nº 1, que dará permissão aos militares para que intervenham nas escolas públicas do DF. A proposta é que essa intervenção aconteça em 40 unidades de ensino locais.
Com relação a isso, o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SinproDF) alega que a intervenção serve para enganar a população, pois as poucas unidades que serão tuteladas pelos militares, segundo o sindicato, “servirão de vitrine política para o governo”. As informações fornecidas pelo Ministério da Educação (MEC), por exemplo, constam que, no Distrito Federal, um estudante custa cerca de 10 mil reais por ano, enquanto que um estudante de uma escola militarizada custa cerca de 19 mil. Contudo, um investimento semelhante a esse será realizado em apenas uma parcela da rede pública de ensino, enquanto que o restante dos 450 mil alunos ficarão de fora desse processo.
Vários professores já se mostraram contrários a essa ação do governo. Nas redes sociais, o corpo docente tem discutido entre si que a melhoria na qualidade ensino passa pelo aumento de recursos na educação e na contratação de mais professores e orientadores, o que, por consequência, resultaria na melhoria de desempenho dos alunos.
Ainda segundo o diretor do Sinpro, Júlio Barros, os argumentos utilizados para a intervenção militar nas escolas seria justamente esses: a “falta de disciplina dos alunos” e a “baixa qualidade do ensino”. O diretor do Sinpro desmente as afirmações, conforme ele descreve nos dois trechos serão mencionados a seguir:
“Com relação à disciplina, temos a destacar que a rede pública não conhece a própria rede. Um dos exemplos é o PROEM, que é uma escola vocacionada, dentre outras questões, para estudantes com problemas disciplinares, e a alternativa para este problema passa pela execução do Plano Distrital de Educação, como a Meta 2, que na sua estratégia 2.19 fala da criação de um PROEM nas 14 regiões administrativas. Mas inicialmente poderíamos criar 4 polos de PROEM nas cidades de Sobradinho, Ceilândia, Estrutural e Recanto das Emas.”
“No tocante à qualidade de educação, o que fará com que o DF avance mais ainda na qualidade de ensino é dar as condições objetivas para um bom funcionamento das escolas de tempo integral, a criação das escolas parques nas 14 RA’s, a ampliação dos investimentos por estudante com a criação do CAQ, e cumprir a Meta 20 do PDE, que é a ampliação do investimento na educação tendo como parâmetro o PIB do Distrito Federal.”
Ou seja: não se trata de, nada mais, nada menos, do que uma medida fascista! O regime golpista tem, pouco a pouco, dado condições para que os militares possam se inserir no cenário político, no Judiciário e também no sistema de ensino.
A direita, que é entreguista, fascista e subserviente ao imperialismo norte-americano, tem agido de forma agressiva contra a educação, atacando os direitos dos professores, reprimindo as manifestações, procurando censurar e intimidar, tanto o corpo docente, como os estudantes que tenham consciência política.
Obviamente, dizer que “há pouca disciplina nos alunos” e que “a qualidade do ensino está ruim” não passa de um pretexto, baseado em omissões de dados e mentiras, para dar legalidade aos militares para que eles possam reprimir e aterrorizar a população, tendo em vista que os golpistas tornaram ainda precárias as condições de vida do povo. E a educação também não poderia ficar de fora, pois ela também foi duramente atingida com o Golpe de Estado no Brasil.
É preciso organizar a autodefesa da categoria dos professores, funcionários da educação e alunos. É necessário enfrentar e combater toda investida da direita contra estudantes e educadores.
Fora militares das escolas!!