O ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional – general Augusto Heleno – nomeou uma espiã da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) como assessora da reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Por isso mesmo, o Diário Oficial, mantém o nome secreto, informando apenas a matrícula da agente e que ocupa cargo de Oficial de Inteligência.
Trata-se de um gesto escancarado de patrulhamento sobre as universidades brasileiras, que tanto buscam alguma autonomia. Nem mesmo duranta a ditadura militar a infiltração de espiões era explícita dessa forma. Naquela época, os arapongas eram infiltrados, por exemplo, na condição de alunos transferidos, para colher informação sobre os professores e movimentos estudantis.
A infiltração inicia, naturalmente, através de “aproximações sucessivas”. Primeiro numa universidade de porte médio, que os militares julguem mais propícia, como um balão de ensaio. Com o tempo, o objetivo é tornar a infiltração uma prática comum. As organizações docentes e dicentes precisam urgentemente se organizar para impedir esse tipo de vigilância sobre suas atividades.