O imperialismo tem jogado todas as suas fichas para controlar os países, se essa política sempre foi uma premissa importante na geopolítica global antes e depois da chamada guerra fria, é particularmente válida depois da intensificação dos sinais de retomada da crise econômica mundial. No século XXI, uma das estratégias usadas foram o fomento às “revoluções coloridas” para desestabilizar regimes ou mesmo derrubar governos nacionalistas ou de esquerda.
Na Bielorrússia, um país da ex-URSS, assim como na Ucrânia em 2004 e 2013, o imperialismo incentiva manifestações da direita para promover a queda de um governo próximo a Rússia. Dessa feita, mesmo tendo a candidatura de Svetlana derrotada de maneira esmagadora pelo atual presidente Lukashenko nas eleições, o imperialismo procura não aceitar o resultado e pretende impor um governo alinhado recorrendo ao uso da força, usando “manifestações” orquestrada artificialmente para montar o cenário para mais um golpe de Estado.
É claramente um golpe de Estado. Até porque o governo Lukashenko é apoiado nas massas e a economia é quase toda estatal. O movimento contra ele é de reacionários promovidos pelo imperialismo. A bandeira deles (branca e vermelha) é uma bandeira ligada à monarquia e à extrema direita.
Da mesma maneira como nos golpes na Ucrânia, no Egito e nas tentativas frustradas na Venezuela e na Turquia, os agrupamentos morenistas apoiam entusiasticamente os golpes, apresentando ora como levantes populares, insurreições e até mesmo revoluções. O PSTU que apoiou a derrubada do governo Dilma no Brasil, o golpe militar no Egito e até mesmo o golpe da extrema direita na Ucrânia, mais uma vez faz uma frente com imperialismo para apoiar um golpe contra as massas. No artigo “Todo apoio ao levante do povo bielorrusso! Fora Lukashenko!”, disponível no site do PSTU, como o próprio titulo indica, PSTU/LIT reivindica inclusive a “ radicalização” da ação golpista patrocinada pelo imperialismo, advogando a derrubada do governo Lukashenko, apresentando o golpe como sendo um “levante”.
“Os protestos mostram que para garantir a vitória, o povo deve superar os limites de seus próprios dirigentes. Com meias-palavras e meias-medidas, não será possível derrotar Lukashenko.
Os opositores do presidente Lukashenko, inclusive o marido da Svetlana que o PSTU cita, são todos coxinhas direitistas ligados ao imperialismo, tem um banqueiro e um ex-embaixador nos EUA que foram candidatos contra Lukashenko. Não tem nada de levante popular. A posição da LIT é uma escolha clara pelas forças imperialistas, para os morenistas o principal inimigo não é a direita, mas Putin, apresentado como grande inimigo da humanidade e dos povos.
“O regime de Putin tem em suas mãos o sangue das revoluções síria, ucraniana, egípcia, líbia, chechena… E existe o risco de que a Belarus seja a próxima da lista. Derrubar este regime repressor e odioso de Putin é uma tarefa do conjunto dos povos da região. E a derrubada de Lukashenko é um passo fundamental neste caminho.”
O regime “odioso” de Putin é caracterizado pelo PSTU como o imperialismo e sua imprensa venal apresenta. O artigo assinado pelo PSTU é tão somente uma mera clipagem da imprensa imperialista. A defesa da derrubada do governo Lukashenko coloca os morenistas objetivamente nas trincheiras dos golpistas financiados pelo imperialismo.