Da redação – Na última quarta feira, dia 07 de novembro, o 18° núcleo do Cpers/Sindicato (representação sindical dos professores gaúchos) convocou uma manifestação pública contra o afastamento ilegal de um professor da rede estadual em Santa Cruz (RS). O ato aconteceu no final da tarde, por volta das 17:30 na praça Getúlio Vargas e reuniu ao menos uma centena de pessoas, entre eles professores, estudantes, sindicalistas e partidos políticos.
O principal mote do ato foi o afastamento ilegal do professor Dilso dos Santos após ele ter sido denunciado por estar supostamente “colocando sua opinião política nas aulas”, após ele ter feito um comentário a respeito da eleição do fascista Jair Bolsonaro à Presidência da República. O caso motivou seu afastamento do Colégio Estadual Luiz Dourado e como o professor era contratado e não concursado a secretaria de educação se sentiu ainda mais a vontade para persegui-lo politicamente. Dilso também participou do ato e inclusive fez uma fala na qual denunciou a perseguição política e a retirada do direito fundamental de liberdade de expressão.
Durante a manifestação os militantes da Causa Operária distribuíram adesivos com a palavra de ordem “Lula livre” e a 8° edição do Jornal A Luta Contra O Golpe, que traz em sua capa os dizeres “Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas, Liberdade para Lula e Todos os Presos Políticos, Abaixo a Fraude Eleitoral”.F
A adesão da população aos materiais da campanha “Fora Bolsonaro” e “Liberdade para Lula” foi imensa, o que demonstra que a campanha da imprensa burguesa, de que há um grande apoio à Bolsonaro, é falsa. Como em todos os estados onde foram realizadas as grandes atividades de panfletagem, colagens, atos e debates, apenas elementos isolados apareceram. Neste caso, um fascista da direita surgiu em meio aos manifestantes para tentar provocar as pessoas e causar confusão. Eduardo Wartchow, um empresário local, foi candidato a deputado federal no Rio Grande do Sul pelo Partido Novo e é um direitista declarado. Tentando intimidar ainda mais os professores, o histérico foi até a manifestação e começou a gravar as falas e discursos das pessoas enquanto fazia comentários ofensivos contra os manifestantes, o que acirrou os ânimos na praça Getúlio Vargas. Os militantes presentes, cansados das provocações, deram o exemplo do que deve ser feito e foram para cima do fascista para retirá-lo do ato.
A perseguição política aos professores tem se intensificado após a vitória eleitoral do fascista Jair Bolsonaro, e cabe ao movimento político de conjunto combater a “caça às bruxas” que vem se instaurando nas escolas brasileiras. É preciso denunciar todas as tentativas de censura nas escolas e, mais do que isso, temos que reagir à qualquer perseguição política que a direita tente impor aos professores e alunos.
O que deve ficar claro, é que os apoiadores de Bolsonaro, seguindo a política golpistas dos “donos do Golpe”, querem o fim das organizações de esquerda, estão atacando os sindicatos, agredindo mulheres nas ruas, matando companheiros dos movimentos sociais, e, sendo assim, esses indivíduos não devem ser aceitos nas manifestações. Os locais públicos onde eles ataquem os trabalhadores, devem ser construídos Comitês de Luta Contra o Golpe, para a autodefesa dos trabalhadores, estudantes, pois, finalmente, esses grupos querem destruí-los, acabar com o setor público, escravizando a classe trabalhadora com o fim do Ministério do Trabalho, da CLT e a privatização de nossas empresas.