Ricardo Salles, futuro ministro do Meio Ambiente indicado por Jair Bolsonaro, é acusado, pelo Ministério Público de São Paulo, de desmanchar um memorial dedicado à Carlos Lamarca. Localizado no parque estadual do Rio Turvo, no município de Cajati, nesse memorial havia um busto, fotos e placas explicativas sobre a passagem do guerrilheiro pelo Vale do Ribeira. Na época, Salles era secretário do Meio Ambiente do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e, em um passeio pelo parque, disse que o memorial não poderia ficar no local.
A Ação Civil Pública foi apresentada pelo promotor Nilton de Oliveira Mello Neto, em agosto de 2017. Ele disse que a manutenção da memória faz parte do fortalecimento da democracia e, por isso, deve ser respeitada “independente de ideologia política, crenças ou concordância de quem quer que seja em relação àquilo que retratam, até como forma de se evitar que determinada história violadora de direitos se repita, mantendo viva a memória daquilo que jamais deveria ter acontecido”.
O memorial foi inaugurado em 2012 a partir da decisão do conselho do parque. O futuro ministro de extrema direita argumentou que não foi “uma destinação correta usar recursos de compensação ambiental para fazer estátua em homenagem a quem quer que seja. Essa foi uma decisão minha como secretário e estava dentro das minhas atribuições”.
É preciso ficar claro que o funcionário de Geraldo Alckmin que sumiu com o memorial do Lamarca participará do governo Bolsonaro que apoia a tortura e a ditadura contra o povo brasileiro, à serviço dos interesses do grande capital norte-americano.