O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do golpista Jair Bolsonaro, saiu em defesa da chacina de Paraisópolis. Em um vídeo publicado no Twitter no último dia 9, o deputado de extrema-direita comentou as nove mortes de jovens atacados pela polícia em Paraisópolis, ocorridas na madrugada do dia 1º de dezembro, durante um baile funk. Segundo Eduardo Bolsonaro, “de maneira nenhuma a gente pode culpar a Polícia Militar por isso”.
No caso, “isso” refere-se a mais uma chacina da PM, que cercou as saídas do local onde o baile acontecia e jogou bombas de gás lacrimogêneo contra a população, para depois policiais que participaram da ação alegarem que os frequentadores do baile teriam morrido por “pisoteamento”. Seja como for, foi a ação policial aquele dia que provocou a morte de Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos, Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16, Denys Henrique Quirino da Silva, 16, Mateus dos Santos Costa, 23, Eduardo da Silva, 21, Luara Victoria Oliveira, 18, Gabriel Rogério de Moraes, 20, Dennys Franca, 16, e Gustavo Cruz Xavier, 14.
Culpa das vítimas
De acordo com Eduardo Bolsonaro, deputado de extrema-direita, os culpados pelas mortes do massacre de Paraisópolis são os próprios assassinados. Segundo ele, funcionaria assim: “Quer preservar sua vida? Frequente outros lugares”. Ou seja, se as vítimas frequentaram um “pancadão”, a morte delas estaria explicada por esse fato. No entanto, não foi o “pancadão” que assassinou os jovens, foi a PM.
Eduardo Bolsonaro disse ainda que “quem tá errado é bandido que dá tiro pra cima da polícia e a população que não coopera com as autoridades”. De novo, devemos lembrar que quem assassinou nove jovens foi a PM, não foi nenhum “bandido”, muito menos a população que “não coopera com as autoridades”. O que seria a cooperação com as autoridades em um caso como esse? Ajudar fascistas bolsonaristas a matar os filhos da periferia usando prerrogativas estatais?
Fora Bolsonaro!
Essas declarações de Eduardo Bolsonaro, típicas do bolsonarismo, embora muito diferentes do tom adotado pelo próprio presidente golpista, expressam um programa político da extrema-direita. O deputado disse que “a polícia está ali para manter a ordem e a disciplina, e todos os trabalhadores gostam disso”. Completando com a afirmação de que “quem não gosta disso é marginal”.
Ou seja, no Brasil da extrema-direita a PM deve ter carta branca para entrar na favela e realizar massacres à vontade, e quem ficar contra tem que ser perseguido como “bandido”. Trata-se de um programa político que consiste em um genocídio da população pobre dentro do País. É preciso impedir esse genocídio, é necessário parar a ofensiva da direita contra os trabalhadores. Por isso, é hora de mobilizar os trabalhadores para irem às ruas pelo fim do governo Bolsonaro, levantando a palavra de ordem: Fora Bolsonaro!