O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro divulgou, na última semana, uma carta em que expõe sua impotência ao longo de seus cinco meses de governo, em que não está conseguindo estabilizar a situação do país para os capitalistas. Com isso, fica claro que o plano dos golpistas de cassar a candidatura do ex-presidente Lula para que Bolsonaro subisse ao poder não tem dado certo: o governo é o mais improvisado das últimas décadas, enfrenta uma série de contradições internas, não conseguiu nenhum êxito econômico para a burguesia e é extremamente impopular. Com menos de um semestre de vida, o governo Bolsonaro já se encontra praticamente liquidado, como ficou claro com as gigantescas mobilizações que ocorreram no dia 15 deste mês.
Bolsonaro não foi o único candidato nas eleições de 2018 a pleitear o cargo de funcionário do imperialismo norte-americano. Geraldo Alckmin, João Amôedo, Henrique Meirelles e Ciro Gomes tentaram, de todas as maneiras, conseguir a “bênção” dos banqueiros para vestir a faixa presidencial. No entanto, todos foram ultrapassados pelo fascista Bolsonaro por um único motivo: Bolsonaro é apoiado por uma base social, pequena, mas ainda sim existente.
Esta base é fundamentalmente composta por setores da pequena-burguesia fascista. Contudo, essa base é o que lhe distingue de qualquer outro político burguês tradicional, que não possui sustento algum na população.
A mobilização do último dia 15 de maio desmascarou de vez a impopularidade do governo Bolsonaro. Mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas para pedir o fim do governo, demonstrando o ódio e a revolta da população contra o governo fraudulento. Se essa mobilização crescer – e ela tem tudo para crescer -, a base social de Bolsonaro poderá ser considerada irrelevante – afinal, de que adianta ser apoiado por menos de 10% da população se milhões estão nas ruas exigindo a derrubada do governo? Ou seja: se a mobilização contra o governo se tornar mais ampla, a derrubada de Bolsonaro será inevitável.
A derrubada do governo Bolsonaro não significa que os ataques aos trabalhadores e à juventude irão cessar. É necessário que a mobilização evolua no sentido de derrotar o golpe que foi dado em 2016 – é preciso colocar o regime político abaixo e expulsar os capitalistas picaretas que tomaram o Estado de assalto. Para que isso aconteça e para evitar qualquer manobra da burguesia – como o estabelecimento do governo Mourão -, a mobilização contra o governo Bolsonaro deve exigir a convocação de eleições gerais imediatas. As últimas eleições foram uma fraude descarada e só serviram para aprofundar o golpe dado contra os trabalhadores.
Não basta ocorrer novas eleições, no entanto. A principal manobra que foi realizada para que Bolsonaro se tornasse presidente consistiu na cassação da candidatura do ex-presidente Lula. Afinal, Lula era a única liderança do movimento operário capaz de vencer as eleições e impor uma derrota aos golpistas. Por isso, ao lado das palavras de ordem de Fora Bolsonaro e de Eleições gerais já, é necessário defender que Lula seja candidato.