Conforme discutido amplamente neste Diário, o governo Bolsonaro irremediavelmente seria a continuação e o aprofundamento do plano econômico e político do golpe de Estado, marcado por crises advindas deste programa profundamente antipopular.
Um dos primeiros ataques de larga escala deste governo golpista – afinal, Bolsonaro só foi eleito através de uma fraude eleitoral que teve como ponto culminante a retirada de Lula das eleições – foi o ataque aos médicos cubanos e ao programa Mais Médicos de conjunto. Por um lado por conta de uma demagogia anticomunista e por outro, por uma necessidade concreta de lamber as botas dos norte-americanos, Bolsonaro gerou uma crise com o governo cubano e provocou a debandada dos médicos do regime castrista.
Para lidar com essa crise, Bolsonaro e sua claque procuraram disfarçar e tentar posar como pretensos patriotas, afinal este setor supostamente estaria em defesa dos médicos brasileiros. Entretanto, fica claro ao se fazer uma análise objetiva da realidade que não se trata disso.
Conforme noticiado na própria Folha de São Paulo, mais da metade dos médicos brasileiros (54%) desiste do programa Mais médicos antes de completar um ano e meio. A própria matéria comenta que no caso dos médicos cubanos, mais da metade deles ficava mais de 2 anos e meio no programa!
Quem tem ou teve o desprazer de conhecer parte significativa da classe médica brasileira não se surpreende com este tipo de estatística. Conforme captou e condensou em desenho muito bem o chargista Vitor Teixeira, na charge que está na imagem à seguir, a mentalidade coxinha está impregnada em muitos daqueles que fizeram o juramento de Hipócrates.
Por mais que o programa Mais Médicos ainda se mantenha ao menos com o título e que o governo Bolsonaro faça muita demagogia e manobras de todo tipo, a verdade é que o ele fatalmente vai acabar. Na prática, como ele funcionava até agora, levando médicos aos confins do Brasil e atendendo dezenas de milhares de pessoas que não tinham nenhuma assistência médica, ele deixará de existir. Isto certamente provocará um profundo descontentamento social, que devemos estimular energicamente.
Fiquem médicos cubanos! Fora Bolsonaro!