Não é de agora que a Folha de São Paulo, aliada com um setor mais conservador da esquerda brasileira está tentando botar o movimento combativo da sociedade contra o fascismo a reboque da direita tradicional. Essa política se traduz na chamada “frente ampla”, uma espécie de aliança de parte da esquerda com a direita tradicional a favor de um conceito abstrato de “democracia”.
A última jogada do órgão golpista de imprensa foi o lançamento de um jingle com vídeo chamado “amarelo”, que procura, através de uma letra de cunho publicitário, emplacar a cor amarela como sendo a cor da “campanha pela democracia”. No vídeo, há vários artistas, personalidades e jornalistas, alguns conhecidos da esquerda nacional, como Laerte e Gilberto Gil, e outros direitistas raivosos, como Reinaldo Azevedo e Marcelo Serrado.
O vídeo remete a um patriotismo vazio de conteúdo, apelando para símbolos nacionais como a cor amarela, mas procurando evitar o uso excessivo da bandeira, numa tentativa de mudança de estratégia, e se apegando mais a elementos como camisas, lenços e outros apetrechos com a cor amarela. Também remete bastante à campanha das diretas já, que fracassou justamente por sua aliança com setores da burguesia.
A mera presença dessas figuras golpistas já deveria chamar a atenção para as intenções escusas dessa campanha. No entanto, o aspecto principal de tudo isso é a tentativa de trazer a cor amarela – identificada com a direita coxinha – para o movimento popular, que naturalmente se identifica mais com a cor vermelha. A manobra já foi tentada anteriormente de forma violenta nas manifestações de rua. Um exemplo foi quando esse grupo da Frente Ampla, liderado por Danilo Pássaro, tentou intimidar os militantes do PCO que traziam suas cores vermelhas a abaixarem suas bandeiras e faixas para poderem participar de seu ato.
É importante denunciar que este jingle, assim como as outras diversas manobras realizadas pelo jornal golpista, tem a intenção de ludibriar a população e transformar a mobilização pelo “Fora Bolsonaro” em um movimento direitista, sem vermelho, sem bandeiras de luta, por fim, sem a classe operária. Quem é realmente de esquerda e pretende lutar contra o governo fascista, que já vitimou mais de 100 mil pessoas devido à política genocida que tem levado adiante, não deve se deixar levar por esse engodo e participar de um verdadeiro movimento de luta, que vá para as ruas com suas cores, seu programa, sua bandeira e seu grito por “fora Bolsonaro e todos os golpistas!”, inclusive a Folha de São Paulo.