A questão do nacionalismo sempre foi muito discutida nos âmbitos políticos. Recentemente, em uma matéria publicada na Folha de São Paulo, a antiga ministra de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Cláudia Costin, publicou um texto em que comentava o discurso realizado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, no evento de celebração do centenário do fim da Primeira Guerra Mundial.
Macron procurou estabelecer uma caracterização do nacionalismo e patriotismo. Segundo ele, o nacionalismo seria uma ideologia ruim que ameaça a civilização entre os povos, pois é a união de um país contra um outro. Ao contrário do patriotismo, que seria algo positivo de amor ao país.
A campanha realizada está em alta nos círculos do imperialismo, do qual o PSDB e Macron fazem parte. O artigo da professora universitária trata de fazer, sobretudo, uma campanha contra a política dos Russos, isto é, uma campanha contra o nacionalismo nos países atrasados, oprimidos pelo imperialismo.
Sendo a Rússia a mais forte liderança contra o imperialismo no atual momento, é normal que a campanha seja deferida contra ela. Entretanto, a ideologia imperialista é totalmente contrária à política nacionalista nos países oprimidos – seja lá quais forem.
Isso porque, essencialmente, uma política deste tipo significa um enfraquecimento do imperialismo na dominação política e econômica internacional.
Para usar os Estados-Unidos como exemplo. A invasão dos países árabes se deu por conta da política da nacionalização dos recursos naturais, tirando-os das mãos das grandes empresas estrangeiras que controlam o mercado mundial. No caso da maioria dos países que sofreram golpes ou estão ameaçados por um golpe de estado, a explicação é a mesma.
A soberania dos países oprimidos coloca em risco à política de exploração da burguesia norte-americana e europeia e portanto a política nacionalistas destes países mexe diretamente com os interesses dos setores mais poderosos do capitalismo mundial.
No ponto de vista do marxismo, o imperialismo deve ser combatido em todos os momentos. Ao contrário do que acreditam os esquerdistas sectários da esquerda pequeno-burguesa democrática, uma política nacionalista que desenvolve a indústria e independência política de um país como Irã (por exemplo) é muito mais progressista do que a política supostamente democrática do imperialismo.
É por isso que a política demagógica do imperialismo deve ser totalmente criticada. O principal argumento utilizado é de que esses regimes não estariam colaborando com a unidade e a civilização defendida pelos iluministas. Entretanto, o que realmente acontece é uma reação a uma política de total repressão exercida pelo imperialismo. A demagogia se encontra no fato de o imperialismo ser culpado pelos maiores extermínios, brutalidades e destruição ocorridas ao longo da história.
É neste sentido que nacionalismo do imperialismo é reacionário e o nacionalismo dos países atrasados progressista. E o conflito entre os dois interesses pode levar inclusive a uma situação revolucionária, como ficou comprovado com a diversas crises que ocorreram ao longo da história.