Em mais uma matéria cínica de um dos principais jornais burgueses do país, a Folha de São Paulo, noticiou que Lula, assim como Bolsonaro, teria modificado o comando de uma instituição de investigação para favores próprios em 2007, colocando dessa forma o ex-metalúrgico lado a lado com o fascista.
No texto, o jornal golpista busca convencer o leitor de que Lula, a figura mais popular do país está a pé de igualdade com as ações de Bolsonaro. Segundo as informações, Lula alterou o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) com o objetivo de obter mais informações sobre as operações.
Lula também avaliara que a Abin era ineficiente, mas que sobretudo era utilizada pela burguesia para atacar seu governo.
A imprensa era sempre a primeira a saber, Lula, que atravessou em seu segundo mandato uma forte pressão da burguesia, da qual estendeu-se para o governo Dilma e o golpe, denunciou a operação.
A diferença neste sentido entre Lula e Bolsonaro é clara. Um era duramente perseguido pela burguesia por sua representação popular, o outro faz parte de um setor próximo ao imperialismo, extremamente impopular e que está em luta interna com interesses de que nada se aproximam com o da população.
Porém, esta matéria não serve apena para promover meras calúnias à Lula e a esquerda. Ela serve justamente para relembrar que a burguesia brasileira não quer Lula de volta a cena política.
O petista que havia brevemente desaparecido dos jornais voltou a ganhar destaque com sua posição pelo Fora Bolsonaro. A postura da imprensa mudou prontamente, Lula voltou a ser atacado nos principais jornais da burguesia, um recado claro dos interesses que a mesma tem no governo.
Ter uma figura como Lula apoiando a derrubada no presidente, pode muito bem gerar um desequilíbrio nas forças sociais em luta, e a burguesia sabe muito bem disso.
Dessa forma, a matéria da Folha e suas mil e uma denuncias contra Lula, enquanto aproveita as crises do governo Bolsonaro, demonstra: pior do que o Bolsonaro para burguesia, é Lula.