A Folha de S. Paulo lançou um editorial chamado “Jair Rousseff”, comparando de maneira exdrúxula a ex-presidenta Dilma Rousseff, derrubada pelo golpe de Estado de 2016, com Jair Bolsonaro, candidato de extrema-direita que ganhou o pleito das eleições fraudadas de 2018, eleições onde o ex-presidente Lula teve seu registro caçado ilegalmente. A tentativa de comparar a ex-presidenta golpeada e o presidente golpista de extrema-direita se “embasa” em um suposto problema administrativo, ressurgindo a falsa polêmica das “pedaladas” já que, segundo a Folha no seu editorial ridículo, Dilma teria “ensinado” a Bolsonaro como furar o “Teto de gastos” (coisa que nem existia no seu governo, já que isso foi fruto direto do golpe que ela sofreu).
Não é a primeira vez que a Folha, o jornal do golpe militar de 1964 e do golpe de Estado de 2016, tenta comparar com “argumentos”, que na verdade são falácias polícias que não passam de pura propaganda mentirosa, o PT ao Bolsonaro, o Lula ao Bolsonaro e dessa vez a Dilma Rousseff ao Bolsonaro. É uma propaganda descaradamente enganosa e, em última instância, uma propaganda anticomunista. Coisa que não é nada rara em relação à Folha que chama todos os governos democráticos, países soberanos que são oprimidos pelo imperialismo, de ditaduras. É nítido e certo, por exemplo, quando você encontra matérias sobre a Venezuela no jornal golpista estar escrito “Ditador Maduro” e sobre Cuba “ditadura castrista”. Que é uma linha editorial fascista, fazendo coro com o imperialismo que embarga esses países duramente, fazendo várias populações morrerem de fome.
Não faz muito tempo que o jornal burguês tentou pressionar o PT a direita questionando seu direito democrático de participar de organizações internacionais, no caso o Foro de São Paulo, que a Folha chamava de “berço de ditaduras”, se referindo a Cuba, Venezuela e Niguaragua. O editorial, nesse caso, tem como intuito pressionar o governo Bolsonaro para não ultrapassar o chamado “Teto de gastos” no meio da pandemia, fazendo uso “exacerbado” dos gastos públicos. Isto é, uma política de arrocho em meio a uma pandemia. Nesse sentido, o Folha não é só um jornal golpista, como que no seu conteúdo apoia um claro genocídio da população. Para que?
Não é para esse dinheiro simplesmente ficar estocado nos cofres públicos, mas encher os cofres privados durante a crise. Em vez de ir para a saúde, por exemplo, que é de enorme emergência que tenha um gasto violento por parte do Estado para barrar o completo descontrole da pandemia. Esse dinheiro para o interesse popular seria “furar o teto”, mas para os bancos é o “pleno desenvolvimento natural da economia” para o jornal golpista. Essa comparação esdrúxula e fascista tem como não só um objetivo econômico, de salvar os monopólios imperialistas que financiam o jornal burguês, mas tem também uma finalidade política.
Que é, primeiro, manter Bolsonaro até 2022. E suprimir as crises sucessivas do governo com a polícia de colocar o governo fraudulento e genocida “na linha”. Esse “na linha” não passa de impor a Bolsonaro a política majoritária do golpe de Estado, que é a política de terra arrasada do neoliberalismo, que é a política oficial do imperialismo aos governos que se impõe através do golpismo em toda América Latina.