Campanha de reajustes

Folha de S.Paulo faz campanha de perseguição ao funcionalismo

Folha de São Paulo faz campanha contra servidores públicos em plena greve dos Correios.

Em matéria pública nesta terça-feira (25) o jornal Folha de S. Paulo publicou que, “entre as 10 ocupações mais bem pagas no Brasil, 6 estão no setor público” sendo 4 delas, entre o “top 5”.

Ainda de acordo com a publicação, no agregado de atividades da área, a renda média estaria praticamente igual a de investidores e rentistas, superando os empresários. Assim, 3 dos 5 maiores rendimentos médios, seriam de funcionários do Estado.

O primeiro ponto a chamar a atenção na matéria é a utilização de um Levantamento da FGV Social de dois anos atrás (2018), como base para discutir a atividade dos funcionários públicos, justamente quando a burocracia dos correios utiliza-se da propaganda contra “privilégios” para atacar os grevistas.

Um outro ponto em destaque é a maneira com que o jornal busca não diferenciar inúmeros serviços públicos, como professores, correios, etc. dos membros do poder judiciário, como ministros, desembargadores, juízes, entre outros, dos quais recebem em média mais de R$100 mil de acordo com o mesmo levantamento. Valores muito diferentes da média do salário liquido nos Correios, que não chega a 2 mil reais -variando de R$1.490,59 à R$1.744,20-, o que comprova o privilégio de poucas camadas do funcionarismo público.

Porém, ignorando a realidade da maior parte dos servidores públicos, e utilizando o setor mais próximo à burguesia, a burocracia estatal como base, a imprensa burguesa lança-se na campanha dos neoliberais ao colocar que “os dados embasam a discussão sobre o peso da folha estatal diante da necessidade de controlas as contas públicas e ampliar a ajuda aos mais vulneráveis no pós-pandemia”.

Com esta declaração, a propaganda de reajustes e congelamento dos salários de milhões de servidores, como professores, carteiros, entre tantos outros, é colocada na ordem do dia como solução dos problemas econômicos do país.

Na prática, é feita uma verdeira campanha contra os funcionários públicos, principalmente neste momento em que os trabalhadores dos Correios entraram mais uma vez em greve.

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