Em entrevista para o canal norte-americano Bloomberg TV, o diretor-gerente interino do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Lipton, afirmou que o futuro diretor desse que é um dos mais importantes órgãos imperialistas irá enfrentar “um momento de testes” da economia mundial. Ele substitui temporariamente Christine Lagarde, que saiu da liderança do FMI para comandar o Banco Central Europeu.
Lipton fez alertas para os bancos centrais, a fim de que estejam prontos para a continuação da desaceleração econômica a nível internacional. Na verdade, essa palavra é um eufemismo para a queda no crescimento da economia, que, em geral, não demonstra o mínimo sinal de recuperação desde a crise capitalista de 2008.
O próprio dirigente citou os casos da União Europeia e da China. O bloco imperialista se viu atingido em cheio a partir de 2008, com diversos países indo simplesmente à bancarrota. Isso ocorreu particularmente com os elos mais fracos: Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (na sigla em inglês, esse grupo de países passou a ser chamado assim de maneira irônica – “pig”, em inglês, significa porco).
Mas os países mais fortes do imperialismo europeu também sofreram com a crise e, para sustentarem minimamente os lucros de suas burguesias, impuseram uma dura política de arrocho nos “PIIGS” por meio do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do FMI (a chamada “Troika”). Assim, devastaram as economias dos países mais frágeis para roubar suas riquezas para os bolsos dos banqueiros alemães e franceses principalmente. Mas a crise não terminou, se agravou e se tornou uma intensa crise política, com a ameaça de dissolução da própria União Europeia.
A China, por sua vez, divulgou na última segunda-feira (15) um relatório oficial que mostrou um crescimento do PIB de 6,3% no primeiro semestre deste ano, menor índice desde pelo menos 1992. O país asiático vinha se destacando por ter o maior crescimento econômico do mundo nas duas últimas décadas. Entretanto, e crescimento também diminuiu após a crise de 2008. Esse dado foi analisado ontem pelo Diário Causa Operária, sobre o qual concluímos que a economia mundial não tem perspectiva de recuperação. As declarações do dirigente do FMI reiteram esse prognóstico.