Domingo, 31 de maio de 2020, manifestantes das torcidas organizadas entram na avenida Paulista entonando cânticos contra os fascistas e com uma imensa faixa “Democracia”. Em seguida, os apoiadores de Bolsonaro, reunidos em torno de um trio elétrico que ostentava uma bandeira dos nazistas ucranianos, são obrigados a recuar com medo do povo da periferia. A Polícia Militar, acostumada a reprimir, sai em defesa dos fascistas, solta bombas e dispersa com muito custo o avanço popular contra os fascistas bolsonaristas. Esse acontecimento é marco da luta contra a direita e demostra a disposição combativa para a luta.
Domingo, 7 de maio, realizam-se atos e passeatas em todo país pedindo “Fora Bolsonaro” e contra o fascismo e o racismo. Em São Paulo, após o acordo realizado por Guilherme Boulos (que não tinha participado da manifestação do domingo anterior) com a Secretária de Segurança de São Paulo, o ato que deveria acontecer novamente na Paulista é transferido para o Largo da Batata, a quilômetros de distância. Demostrando que a manifestação “combativa” não criaria “dificuldades” para a PM, foram entregues flores pelos “manifestantes” aos policiais.
A entrega de flores aos integrantes da PM é a comprovação de que o objetivo da entrada Boulos nas manifestações é evitar a polarização e, mais do que isso, estrangular a luta popular com uma prevenção política e transformar o “antifascismo” em uma espécie de pacifismo capitulador.
O pacifismo ou realização de atos sem combatividade é uma maneira de desqualificar o enfrentamento contra o bolsonarismo. Essa política é a completa adaptação ao regime legal imposto pelos golpistas, e na prática serve para fortalecer o ímpeto dos fascistas.
O movimento contra Bolsonaro e os fascistas, para se desenvolver, precisa romper com a política de frente ampla, que setores da direita do PT, PCdoB e do PSOL advogam. O acordo com a PM realizado por Boulos para não fazer o ato na avenida Paulista é parte dessa política, na medida em que procura evitar o enfrentamento com a direita.
Além desse aspecto político, há um aspecto extremamente negativo na entrega de flores para a PM no Largo da Batata. A PM não representa de forma alguma a defesa da população, pelo contrario, a PM é um instrumento de extermínio da população. Em São Paulo, a PM atua nos bairros periféricos como uma máquina de guerra contra o povo, em especial contra a juventude negra. Entregar flores para a polícia significa passar panos quentes nas mortes realizados pela polícia.