A Feira Internacional Literária de Paraty (Flip) começou nesta quarta-feira (10) com críticas ao Golpe de Estado no Brasil. Nesta edição, o autor do livro Os Sertões, Euclides da Cunha (1866-1909), é homenageado.
A professora emérita da Universidade de São Paulo (USP), Walnice Nogueira Galvão, fez críticas à sociedade brasileira atual, marcada pelo golpe de Estado de 2016, e ao período da ditadura militar. Afirmou que o livro Os Sertões tem de ser lido todos os dias para que se possa entender o que está acontecendo com os pobres no país.
Walnice frisou a relação entre Os Sertões e o movimento dos Sem Terra (MST) no tocante ao problema da desigualdade na distribuição da terra e à luta por Reforma Agrária. A professora foi aplaudida de pé no auditório quando mencionou a militarização das favelas no Rio de Janeiro, o genocídio da juventude negra na periferia de São Paulo, os desastres de Mariana e Brumadinho e a sistemática guerra sem quartel travada pelas forças de repressão do Estado, em especial as Polícias Militares, contra os pobres.
O Golpe de Estado contra a ex-presidenta eleita Dilma Rousseff (PT), ocorrido por meio de um impeachment fraudulento no Congresso Nacional, teve como consequência profundos ataques às condições de vida das massas e a submissão do país ao imperialismo mundial, com a subida ao poder da extrema direita neoliberal nos governos Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PSL).