Tarso Genro, ex-prefeito petista da cidade de Porto Alegre, e um dos principais representantes da ala direitista do PT, em um artigo publicado na última segunda-feira, 20, no portal Brasil 247, apontou como solução para a crise política atual do país a substituição do golpista Bolsonaro pelo golpista Mourão. Em resumo, Tarso Genro afirma em seu texto que Mourão seria “mais sensato” que Bolsonaro, pois valorizaria a paz social, seja ela obtida por meios autoritários, ou por meio democráticos..
A defesa da substituição de Bolsonaro por Mourão é mais uma demonstração da orientação política dos setores direitistas no interior da esquerda, os quais vem, ao longo dos últimos tempos, se esforçando para chegar a um acordo por cima com a própria direita golpista. Não por acaso, nesta semana uma reunião entre representantes deste setor da esquerda, como Fernando Haddad do PT, Guilherme Boulos do PSOL e Orlando Silva do Pc do B com representantes da direita tradicional, PSDB, DEM e MDB, também deixou evidente a política de conciliação com os golpistas que vem sendo orquestrada.
Vale destacar que desde o início do processo golpista contra Dilma, Tarso Genro assumiu a posição direitista de “virar a página do golpe”, colocando-se contra uma luta mais decidida contra a direita. Se absteve também de fazer uma luta coerente contra a prisão do ex-presidente Lula. Tanto Tarso Genro, quanto Haddad fazem parte da corrente petista Mensagem ao Partido, a qual tem defendido nos últimos anos a conciliação com o golpe.
Nesse sentido, a defesa da troca de Bolsonaro por Mourão é decorrência deste processo. A política defendida por Tarso Genro, Haddad, entre outros, é a política de sustentação do regime golpista, do abandono da luta contra a direita golpista, da luta pela liberdade do ex-presidente Lula, das reivindicações da classe trabalhadora, ou seja, uma verdadeira traição ao movimento operário, estudantil e popular que ainda nutre esperanças nas lideranças de esquerda pequeno-burguesa.
Ao contrário do que afirma Tarso Genro, a substituição de Bolsonaro por Mourão, ou por um outro membro da direita tradicional, é a continuação do golpe, da política de terror contra o povo, da destruição dos direitos da população.
Esta política de acordo tende a vigorar caso as gigantescas mobilizações ocorridas no último dia 15 diminuírem de intensidade. Nesse sentido é necessário intensificar as mobilizações, assim como a campanha política que aponta uma saída a esquerda para atual etapa de crise, expressa nas palavras de ordem: Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula! Eleições Gerais! Lula candidato!