Em uma declaração reveladora, Flávio Dino, governador do Maranhão e liderança do PCdoB, disse, em entrevista para a Folha de S. Paulo, que “sem Lula, PT, PC do B e PSOL devem apoiar Ciro”.
Ou seja, apesar de seu partido ter uma candidatura com Manuela d’Ávila, Dino defende o apoio a Ciro Gomes, que nem de esquerda é. Este apoio revela a total farsa que é a candidatura “independente” do PCdoB.
O governador do Maranhão justifica dizendo que “está chegando o momento de admitir uma nova agenda”, pontuando que a dispersão de candidaturas seria ruim, ameaçando a esquerda de não passar do primeiro turno.
O curioso é que Lula, candidato que está preso sem provas e é duramente perseguido pelos golpistas, ao que tudo indica, conseguiria vencer a eleição ainda no primeiro turno. Sendo assim, por que Dino defende a “alternativa” Ciro Gomes? E mais: por que o PCdoB, preocupado com a unidade de esquerda, lançou candidatura própria, e não declarou seu apoio ao ex-presidente?
Fica óbvio que o PCdoB defende, desde muito antes, a política de “virar a página do golpe”. Para eles, o melhor agora seria ir para as eleições e esquecer todo o resto, como se o pleito fosse resolver magicamente todos os problemas colocados por este processo político.
Por isso é importante se desfazer de quaisquer ilusões de que esta eleição ocorrerá normalmente, além de desmoralizar estes setores como Flávio Dino, que chegou até a declarar que defender a candidatura de Lula seria uma posição “derrotista”. O derrotismo estaria justamente em aceitar o golpe, em deixar que a burguesia anule justamente a principal candidatura do povo brasileiro.
O fato é que todas as candidaturas “abutres” da esquerda (Manuela, Boulos, Ciro, se é podemos dizer que ele é de esquerda) não tem poder de fogo absolutamente nenhum. O único capaz de efetivamente reverter a situação em favor do povo é Lula. Por isso dizemos que será Lula ou nada nas eleições.