Após viagem ao Equador pela Copa Libertadores, Flamengo administra um surto de COVID-19 com pelo menos 30 infectados, nada menos do que 16 jogadores. O clube brasileiro enfrentou Independiente Del Valle e Barcelona de Guayaquil, em Quito e Guayaquil respectivamente, duas das cidades equatorianas com maior número de casos.
Vale lembrar que o Equador passa pelo desenvolvimento do golpe de estado, com a eleição de Lenin Moreno. Ao chegar ao poder, Moreno rompeu com as forças políticas que o elegeram, com o plano de governo com o qual foi eleito e ainda passou a coordenar uma ampla perseguição política contra lideranças populares, incluindo membros do próprio partido, como Rafael Correa.
A plataforma acentuadamente privatista e neoliberal impactou negativamente na capacidade do país para reagir à pandemia. Cenas de corpos abandonados nas ruas de Guayaquil repercutiram mundo afora nas redes sociais e a manipulação dos números foi escancarada. Nesse contexto, a equipe brasileira foi se aventurar em nome dos interesses dos capitalistas. Os casos começaram a aparecer entre os dois jogos, até atingir a marca atual de 30 infectados.
Entre os jogadores infectados, craques como Diego, Filipe Luís e Everton Ribeiro. Com isso, o rubro-negro entrou com pedido junto ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para adiar o jogo contra o Palmeiras pelo Brasileirão no próximo domingo.
O STJD solicitou um posicionamento da CPF, que negou o pedido flamenguista. A alegação de risco sanitário aos atletas foi rechaçada pela entidade, que sugeriu que o clube carioca poderia chamar jogadores da base. A diretoria do Palmeiras também se manifestou contrária ao adiamento do jogo, deixando claro seu completo descaso com os próprios profissionais.
É importante ter em conta que todos os discursos sobre protocolos de segurança apresentados para justificar o retorno dos campeonatos de futebol nunca passaram de mentiras. Agora que as competições foram retomadas, vemos seguidamente que protocolos são ignorados, jogadores infectados são liberados para jogar, com a própria CBF dando pareceres científicos para respaldar suas absurdas decisões.
Quem ameaça entrar na justiça agora é o Sindicato dos Atletas de São Paulo, alegando risco de vida dos jogadores. Em nota, o sindicato caracteriza a postura da CBF como irresponsável.
Não podemos esquecer que os capitalistas não têm preocupação nenhuma com a saúde dos trabalhadores, independentemente do setor econômico no qual estejam inseridos. É preciso que os jogadores e demais profissionais do futebol se organizem para barrar os surtos de COVID-19.