Em jogo decisivo para o campeonato brasileiro de futebol, entre Flamengo e Cruzeiro, com o Flamengo ainda correndo atrás de chances matemáticas de se tornar campeão, ocorrerá uma homenagem aos jogadores negros que já vestiram o manto rubro negro, aproveitando o mês da Consciência Negra.
O Flamengo preparou um evento para o duelo contra o Cruzeiro, com os jogadores entrando em campo com nomes de jogadores negros que fizeram parte da história do clube estampados na camisa. Serão homenageados 35 ex atletas flamenguistas que fizeram história no clube de maior torcida do país. São eles: Leônidas, Domingos da Guia ,Adriano, Adílio, Romário, Junior, Zizinho, Cláudio Adão, Fio Maravilha, PC Caju , Adriano Silva, Manguito, Rodrigues Neto, Caio Cambalhota, Ubirajara Alcântara, Liminha, Júnior Baiano, Piá, Jarbas, Renato Abreu, Beto, Índio, Rubens, Silva Batuta, Andrade, Obina, Toninho Baiano, Nélio, Geraldo, Jayme de Almeida, Marinho, Luiz Borracha, Jadir, Newton Canegal, Jordan.
Um pouco da história destes grandes craques rubronegros:
Cláudio Adão é um dos maiores atacantes da história do Flamengo, com 82 gols em 154 jogos, atuando de 1977 a 1980 e 1983. Ao lado de Zico, ajudou o Fla a ser campeão carioca 1979, tendo jogado e ter sido comparado em seu início a Pelé.
Leônidas, o Diamante Negro, inventor da bicicleta (gesto acrobático do futebol), além do São Paulo Futebol Clube, também fez história pelo Rubro Negro carioca.
A ligação de Domingos da Guia com o Bangu é tão grande que seu nome é citado no hino do clube. Mas o grande craque brasileiro também foi campeão pelo Flamengo.
Zagueiro clássico e de excelente técnica, é apontado como o melhor zagueiro brasileiro de todos os tempo, sendo apelidado de “O pai da bola” Sua “marca registrada” era sair driblando os atacantes adversários.Jogou a Copa do Mundo de 1938, tendo o Brasil ficado em terceiro lugar.Outro grande feito foi ter passado ao filho Ademir da Guia, maior ídolo da história do Palmeiras toda sua maestria e irmão de Ladislau da Guia, o maior artilheiro da história do Bangu (com 215 gols), clube que revelou as duas gerações de craques.
Mestre Zizinho foi revelado e jogou entre 1939 a 1950 no Flamengo. Com ele, o time ganhou o seu primeiro tricampeonato estadual em 1942, 1943 e 1944, além do Campeonato Carioca de 1939. Zizinho saiu do Flamengo com 318 jogos e 146 gols [3] , sendo considerado o maior ídolo do clube até a aparição de Zico.
Romário, o artilheiro dos mil gols, atual senador, também fez por centenas de vezes alegria dos flamenguistas.
Grande promessa do futebol brasileiro, Adriano, o Imperador, apelido recebido na Itália, que terminou a carreira de forma antecipada para voltar à sua comunidade, por dezenas de vezes estufou as redes adversárias pelo Flamengo e pela seleção.
Fio Maravilha cantado em prosa e verso por Jorge Benjor Ganhou o apelido após marcar o gol da vitória (1 a 0) de uma partida da equipe carioca contra o Benfica, de Portugal. João Batista seu nome de registro foi homenageado pelo cantor Jorge Ben Jor com a canção homônima, grande sucesso nacional.
O símbolo do Flamengo, que é o Urubu, surgiu de uma manifestação racista das outras torcidas, que usavam o nome da ave como chingamento por conta da torcida ser formada em sua maioria por pessoas negras. Foi em 31 de maio de 1969, no Maracanã, tudo mudou. Um rubro-negro levou a ave para o jogo contra o Botafogo. Ela foi solta pelas arquibancadas com a bandeira do time e caiu no gramado antes do apito inicial. O fato foi motivo de comemoração entre os flamenguistas, que vinham sendo hostilizados pelos torcedores rivais justamente com os gritos de ‘urubu’. A equipe do Flamengo conseguiu quebrar tabu de nove jogos sem vencer o time de General Severiano.
A vitória rubro-negra pelo placar de 2×1 fez o Urubu se consagrar como mascote do clube. Ele foi eternizado pelo cartunista Henfil, em edição do ‘Jornal dos Sports’, substituindo o antigo mascote, que era o personagem Popeye.
Vamos acompanhar a última rodada do brasileirão e conferir a homenagem flamenguista aos jogadores e ao povo negro.