O ano de 2019 foi marcado, dentre outras coisas, pela falta de limites da diretoria do Flamengo ao enxergar o clube como uma empresa, embora não tenha aderido propriamente ao projeto de clube empresa. Não bastasse a sua má vontade para indenizar as famílias de jovens mortos ou traumatizados pelo incêndio ocorrido no Ninho do Urubu em fevereiro, agora veio à tona a premiação picotada que o clube repassou a jogadores e funcionários pela conquista da Libertadores e Campeonato Brasileiro.
Segundo algumas fontes do clube, teria havido cortes drásticos na premiação, de modo que, por exemplo, seguranças dos atletas, que a princípio receberiam 20 mil reais, ao fim receberam somente 2 mil reais como premiação. Os atletas, evidentemente, não ficaram de fora, de modo que os valores acordados no início de 2019 seriam, somados, de 61 milhões para o caso de conquistarem a Libertadores e o Campeonato Brasileiro para o elenco dividir. Embora não tenha sido divulgado o valor que estes teriam recebido de fato, sabe-se que foi reduzido.
O elenco só foi saber dessas mudanças quando estava embarcando para Doha. Não bastasse isso, ainda lá, houve um impasse acerca da data de entrega dos valores. Tanto “disse me disse” dos CEOs para com os atletas, provavelmente geraram um mal estar no vestiário. Qualquer jogador se mostra desmotivado quando não recebe seu salário, não é difícil imaginar se ficarem assim quando passam por tanto transtorno sabendo que o clube tem tal dinheiro. Fica então o questionamento, qual seria o resultado da partida contra o Liverpool se tais CEOs tivessem agido de modo responsável?
O futebol nas mãos de capitalistas, ou altos funcionários desse sistema tende a priorizar sempre o dinheiro imediato e negligenciar jogadores e torcedores. É necessário retirar esse domínio deles sobre o futebol.