Em vários estados do país, os frigoríficos se destacam como os maiores causadores de acidentes e doenças de trabalho no Brasil. Dentre eles, a região sul tem a sua parcela de contribuição, como por exemplo, o Paraná.
Mais de 35% do total dos casos registrados são de responsabilidade dos frigoríficos, uma verdadeira destruição dos operários que acabam deixando seus familiares numa situação de penúria, principalmente pelos tipos de acidentes que invariavelmente requer o afastamento.
Segundo informações do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT), divulgado pela Previdência Social, órgão ligado ao Ministério da Economia, entre 2015 e 2017, último ano com dados disponíveis, foram registradas 133.222 ocorrências desse tipo no Paraná.
Ao todo, 629 trabalhadores morreram – sendo que o ano com maior ocorrência foi 2017, com 222 -, ao passo que outros 2.739 ficaram incapazes permanentemente, o que representa a assustadora média de cinco trabalhadores incapacitados a cada dois dias em decorrência de acidentes de trabalho.
Paraná se soma aos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, entre outros – a região oeste do Estado, onde há uma concentração maior de frigoríficos e abatedouros, como é o caso de Cascavel, por exemplo, município que se encontra em segundo lugar em ocorrências em todo o estado, perdendo somente para a capital Curitiba.
Apesar do tamanho da destruição dos trabalhadores, estes números estão muito abaixo da realidade, uma vez que os patrões escondem informações, ameaçam trabalhadores de demissão funcionários doentes, além de não fornecerem o Comunicado de Acidentes do Trabalho (CAT).
No frigorífico Seara, empresa do grupo JBS/Friboi, de Osasco, município da grande São Paulo, por exemplo, os trabalhadores, mesmo com braço enfaixado, são vistos trabalhando.
Neste frigorifico existe uma situação de anomalia, qual seja, o setor responsável por efetuar a mudança das informações no quadro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) não reconhece os acidentes, pois os números de dias chegam a mais de 200 e sempre aumentam justificando a frase “não há nenhum acidente com afastamento”, ou seja, os frigoríficos são reconhecidos até pelo Ministério Público do Trabalho como os piores em relação aos acidentes e doenças, mas o grupo JBS/Friboi, donos do Seara alimentos, conhecidos como o campeão no quesito acidentes, doenças e mortes de trabalhadores, é o paraíso para seus funcionários…