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Sindicalismo

“Fique em casa, feche os sindicatos”, disse a burocracia em 2020

Diante da pandemia e do ataque do governo dos patrões, sindicatos como os do PSTU, a exemplo da Embraer, que demitiu 2.500 trabalhadores, preferiram abandoná-los a defendê-los

Em nome da Organização Mundial da Saúde, órgão ligado ao imperialismo, no início da pandemia do coronavírus, os representantes sindicais da maioria dos sindicatos do país fecharam as portas aos trabalhadores, deixando os operários à própria sorte, nas mãos dos patrões genocidas.

Em março, por exemplo, no dia 18 de março bem no começo da pandemia, estava marcada uma greve geral de todos os trabalhadores do país contra os ataques do governo ilegítimo do fascista Bolsonaro, que dava início às privatizações e intensificava a retirada de direitos dos servidores, tais como o rebaixamento salarial, as demissões e a exploração ainda maior das condições de trabalho, como visto nas MP’s 936 e 927.

No entanto, as direções sindicais dos bancários, professores, profissionais da saúde, entre várias outras categorias, atenderam aos clamores dos patrões e aos governos estaduais, prefeituras e ao próprio governo federal e adotaram a política de “ficar em casa” e fechar os sindicatos.

No dia 13 de março, artigo da Rede Brasil Atual dizia que, em São Paulo: “entidades que representam estudantes e trabalhadores decidiram adiar as manifestações de rua da quarta-feira (18/04), em defesa da educação, direitos, democracia e emprego. A decisão de suspender os atos do dia 18 se deu por conta do avanço da contaminação do coronavírus (Covid-19) no país.”

O que ocorreu, na realidade foi que toda e qualquer mobilização no país foi cancelada e os protestos mencionados acima, de norte a sul do país, todos foram cancelados. A confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), no mesmo dia 13 cancelou os atos em favor do “fique em casa”.

Os metroviários, em meio à pandemia, também tiveram que enfrentar o sindicato fechado. Os trabalhadores sofriam com a contaminação e mortes, enquanto, vez ou outra, fazia-se plantão na entidade. Enquanto essa situação catastrófica era imposta pelo governador “científico” João Doria, do PSDB, junto com o acúmulo de contaminações e mortes, os metroviários ficaram à deriva.

Não foi diferente nos Correios. A direção da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), composta pelo chamado bando dos quatro (PT, PSTU, PSOL e um grupo de Minas Gerais, que dirige um dos sindicatos daquele estado), além da federação fantasma, Findect, ligada aos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro da CTB, do PCdoB serviram como uma enorme barreira de contenção da mobilização da categoria.

No entanto, apesar desses grupos nunca estarem dispostos a irem à greve, os trabalhadores dos Correios sempre se impuseram em defesa de seus direitos e passaram por cima dessas direções. No mês de março, o bando dos quatro e a federação fantasma adiaram uma greve na categoria por três vezes, em 2019.

Mesmo com a empresa tirando inúmeras conquistas da Convenção Coletiva dos Trabalhadores, em 2020, essa direção se aproveitou da pandemia da covid-19 e numa capitulação sem precedentes encerrou a greve pela quarta vez, utilizando-se do mesmo argumento de “isolamento social”.

Isso tudo enquanto os trabalhadores, principais alvos dos ataques, iam sendo contaminados aos montes nas unidades da ECT. Enquanto os sindicatos, todos, sem exceção ficaram de portas fechadas. O Sintect/RJ, por exemplo, em sua página na internet, tinha uma seção que permanece até hoje, onde informa os trabalhadores que faleceram e estão falecendo diante do descaso da direção dos Correios.

A farsa das assembleias remotas

A grande maioria dos dirigentes sindicais, para não saírem de casa, deixou os trabalhadores desamparados diante do enorme ataque que os patrões impunham através do governo golpista de Bolsonaro e sua trupe e utilizando a pandemia como pretexto. Em apenas nove meses, os contaminados em todo o país estão próximos de 8 milhões, enquanto as motes caminham para 200 mil, em dados oficiais.

Os trabalhadores, além da contaminação da covid-19 começaram a ser demitidos aos montes, em proporções piores às crises dos anos 90. Diante de tamanha tragédia, os sindicatos – a exemplo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligado às CSP-Conlutas, do PSTU – preferiram não mais realizar assembleias presenciais, mas de forma remota, através do Youtube e do Facebook.

Em uma dessas assembleias, na Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), entregaram os trabalhadores à força, enquanto ficavam em casa, debaixo da cama. O que resultou no fato da empresa demitir, numa tacada só, mais de 2.500 trabalhadores.

Assim agiram os dirigentes sindicais por todo o país. Hoje há mais de 14,1 milhões de desempregados no país, segundo o IBGE, uma grande parcela é resultado da crise instaurada pelo fascista Bolsonaro. No entanto, as direções sindicais contribuíram para que o governo golpista se visse livre para implementar seus ataques contra nos trabalhadores.

Diante disso, é necessária a mobilização tendo como linha de frente a Central Única dos trabalhadores (CUT), para impor uma derrota às atrocidades cometidas por esse governo e que os sindicatos, que durante todo esse tempo estiveram em férias, abram as portas para organizar os trabalhadores para a luta contra os patrões, organizados neste momento no governo Bolsonaro.

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