Levantamento recente feito nas Varas do Trabalho dão conta de que houve um aumento de quase três vezes nas ações ajuizadas na Justiça do Trabalho sobre o tele trabalho, ou home office, que esteve em evidencia no auge da campanha burguesa do fique em casa, intensificando a exploração e jogando milhares de trabalhadores em péssimas condições de trabalho em benefício dos patrões onde se discute até mesmo continuar o trabalho em casa depois da pandemia.
O fique em casa consistia em uma campanha histérica promovida pela burguesia assim que teve início a pandemia para evitar grandes perdas para os capitalistas e que conseguiu a aderência de grande parte da classe média. Com o pretexto da pandemia houve uma série de ataques a direitos trabalhistas inclusive relacionados ao emprego e ao salário e o aumento da repressão contra os trabalhadores e camadas mais pobres da população que era impedida de sair as ruas apenas para atividades de recreação, enquanto que para o trabalho continuaram sendo obrigados a sair de casa expostos ao vírus sem qualquer medida de prevenção como testagem, ou de proteção no transporte e no próprio local de trabalho.
Para alguns setores houve a opção do trabalho em casa, onde os patrões encontraram o campo perfeito para intensificar ainda mais os ataques aos trabalhadores quase sempre amparados pela legislação improvisada para proteger a burguesia, prevendo desde redução do salário até suspensão do contrato de trabalho. O trabalho em casa é mais um ponto que escancara a farsa da campanha do fique em casa que só serviu para reprimir e para criar mecanismos de retirada de direitos e explorar os trabalhadores durante a crise.
Mesmo com a reforma trabalhista do governo Temer que foi implementada dentre outras coisas para impedir o acesso dos trabalhadores à Justiça do Trabalho, com a imposição de multas em caso de não reconhecimento do direito, as ações judiciais por irregularidades no tele trabalho subiram 270% e tendo como as principais reclamações o desrespeito à jornada de trabalho e não contagem das horas extras, o que por si só demonstra o real objetivo das medidas de home office adotadas pelos patrões impostas sem nenhuma assistência ao empregado e intensificando a exploração.