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Lula Candidato

Financial Times mostra: imperialismo quer Lula fora das eleições

Demonstrando um enorme temor em relação à candidatura Lula, esse representante da burguesia imperialista parte para a ofensiva.

O impacto da retomada dos direitos políticos de Lula segue tendo repercussão ao redor do mundo. Um dos principais órgãos de imprensa do imperialismo, o Financial Times, publicou um editorial em que deixa clara a posição da burguesia imperialista sobre a possibilidade de um novo governo Lula. Sob o título “As consequências infelizes do retorno de Lula”, o editorial foi reproduzido na íntegra pela golpista Folha de São Paulo. O editorial usa e abusa da tradicional hipocrisia que caracteriza os monopólios da comunicação. Logo no começo, procura desacreditar as acusações já comprovadas de que a operação Lava Jato realizou uma perseguição política ao maior líder popular do Brasil:

“A decisão a favor de Lula foi baseada em mera questão técnica; mesmo assim, os partidários do ex-presidente saudaram a decisão como confirmação de sua crença de longa data de que Lula foi vítima de uma vendeta politicamente motivada”

Segundo esses porta vozes do imperialismo, os petistas acreditariam em uma espécie de “teoria da conspiração”. Isso é de um cinismo incrível, dado que já existem diversas provas tornadas públicas sobre a prática conspirativa que envolveu diversas instâncias do poder no Brasil e até nos EUA. Depois de resumir muito brevemente alguns dos problemas do governo Bolsonaro, como as homenagens à ditadura militar e a indisfarçável má gestão da crise sanitária, incluindo como problema a incapacidade em levar a cabo reformas econômicas em benefício dos especuladores financeiros.

O editorial aponta que a volta de Lula poderia até parecer positiva imediatamente, mas é claro que esse não poderia ser a conclusão do Financial Times. Para negar a conclusão política mais lógica, a de que sim, a possibilidade de um novo governo Lula é positiva, o editorial argumenta:

“Mas a decisão do juiz tem consequências infelizes. Ela desfere um golpe pesado contra a credibilidade da maior e mais bem-sucedida investigação de corrupção lançada na América Latina. Levanta dúvidas perturbadoras sobre o sistema de justiça brasileiro. E aumenta as chances de políticos brasileiros notoriamente corruptos poderem voltar ao “business as usual”

Aqui acontece uma flagrante tentativa de reescrever a história. Segundo eles, a Lava Jato ainda gozaria de credibilidade e teria sido um sucesso no combate à corrupção. A operação jurídica que colocou Jair Bolsonaro no governo federal reduziu a corrupção? Um conluio entre procuradores e juízes, assessorados por órgãos de governos estrangeiros, é um exemplo de ética agora? Essa linha de argumentação mostra que o apoio do imperialismo à Lava Jato segue firme. Não é por acaso que a Folha de São Paulo reproduziu na íntegra essa peça de propaganda da burguesia estrangeira, os monopólios da imprensa nacional funcionam como meros papagaios dos monopólios internacionais, em especial sobre temas políticos tão importantes.

Mesmo reconhecendo de maneira discreta algumas das ilegalidades envolvidas na operação, o Financial Times trata a atuação criminosa de promotores e juízes como um mero detalhe, algo de menor importância. Em seguida, retoma a exaltação da propaganda anti-corrupção muito presente na imprensa burguesa no auge da Lava-Jato:

“A investigação detonou a impunidade até então reinante entre a elite brasileira e recebeu enorme apoio público.”

“Em vez de atacar a corrupção ampla durante seu governo trazida à tona pela operação, o ex-presidente declarou-se vítima da “maior mentira judicial em 500 anos” e afirmou que o juiz que anulou sua sentença “reconheceu que não houve crime nenhum cometido por mim””

A mistificação dessa operação judicial, que ganhou contornos extravagantes no bizarro filme policial “Polícia Federal: A Lei É Para Todos”, é coisa tão datada que essa frase de efeito virou até meme. A Lava Jato pegou um ou outro político da direita, inclusive para administrar sua frágil credibilidade em seu auge, mas o foco sempre foi o Partido dos Trabalhadores e em especial Lula. Escolheram o culpado e depois passaram à construção do crime.

Sobre a discussão entre a relação entre a decisão de Fachin e a ilegalidade do julgamento de Lula, o editorial apela para um ataque tipicamente bolsonarista ao STF:

“Essas nuances legais passarão despercebidas pela maioria dos brasileiros, e a culpa disso cabe exclusivamente ao Supremo. Anunciar uma decisão sobre a jurisdição de um tribunal quase quatro anos depois de esse tribunal ter proferido uma sentença parece bizarro; permitir que uma decisão tão crucial seja tomada por um único juiz nomeado originalmente pelo partido de Lula é um convite a acusações de parcialidade.

Ou seja, Fachin agiu em defesa de Lula porque foi indicado ao STF pelo PT, Fachin é um petista dentro do Supremo Tribunal Federal. Qualquer exame mais atento mostra uma realidade completamente oposta. O PT, inocentemente, sempre adotou critérios técnicos nas indicações ao STF ao invés de politizar e equilibrar o jogo dentro do órgão e foi vítima dessa imparcialidade. Fachin é um militante lava-jatista e sua decisão, apesar de provocar enorme crise, busca dar sobrevida à operação.

A conclusão do editorial é bastante revelador a respeito do que o imperialismo quer no Brasil, uma disputa eleitoral em 2022 que passe longe da polarização:

“O Brasil agora se vê diante da perspectiva tenebrosa de impunidade para os corruptos: a operação Lava Jato foi encerrada discretamente no mês passado, após sete anos. Quase tão pouco atraente quanto ela é a promessa de uma eleição polarizada em 2022, opondo candidatos da extrema-direita à esquerda antiquada.”

O imperialismo não quer uma disputa entre Lula e Bolsonaro porque sabe que Lula é capaz de mobilizar a população e de impulsionar um deslocamento à esquerda no país mais importante economicamente da América do Sul. É interesse observar o uso do termo “esquerda antiquada”, pois aponta para figuras pelas quais o imperialismo tem grande apreço, a “nova” esquerda. O imperialismo fará de tudo para impedir a candidatura de Lula, por isso é preciso lutar para que Lula seja o candidato da esquerda em 2022.

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