Há cerca de cinco anos, a campanha de “combate à corrupção” vem sendo fortemente impulsionada pela imprensa burguesa. Desde então, a burguesia conseguiu desmobilizar as manifestações explosivas contra os governos do PSDB e PMDB, prendeu Lula, José Dirceu e outras importantes lideranças petistas, depôs uma presidenta democraticamente eleita, legalizou a tortura por meio da “delação premiada” e acabou com a presunção de inocência por meio da prisão em segunda instância.
O “combate à corrupção” se mostrou, assim, bastante eficiente para o imperialismo: foi a principal justificativa dada para que o regime político evoluísse cada vez mais à direita. No entanto, a campanha pró-imperialista, como era de se esperar, não trouxe nenhum benefício aos trabalhadores, que tiveram de ver o desemprego aumentar, a indústria beirar a paralisação, os recursos públicos para investimento serem congelados etc.
Por mais que o “combate à corrupção” já tenha sido desmascarado, os golpistas decidiram insistir em acabar com o foro privilegiado, alegando que este daria impunidade aos “corruptos”. Obviamente, a direita não tem a menor preocupação com a corrupção – o fim do foro é apenas uma medida para poder encarcerar, de maneira ainda mais rápida, todos os opositores do imperialismo.
Por mais que o fim do foro privilegiado permita que alguns políticos que desagradem os donos do golpe sejam punidos, o fato é que, para os funcionários do imperialismo, a impunidade continua garantia. Mesmo com o fim do foro privilegiado, o senador tucano Aécio Neves será julgado pela Justiça de Minas Gerais, onde trabalham seus “compadres”.