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Pandemia

Fim do auxílio: governo colocará 17 milhões na extrema pobreza

Em plena pandemia, a burguesia promove o desemprego, a diminuição do salário e o fim do auxílio emergencial, o que levará milhões à miséria e a morte pela fome

O fim do pagamento do auxílio emergencial colocará mais 3,4 milhões de trabalhadores em situação de extrema pobreza, ou seja, quando uma pessoa sobrevive com menos de US$1,90 dólares por dia (equivalente a 10 reais aproximadamente), conforme o parâmetro utilizado pelo Banco Mundial.

Com isso, a situação poderá ser pior que a existente antes da pandemia e o ano de 2021 chegará a 17,3 milhões de trabalhadores em situação de extrema pobreza. Isso leva o Brasil ao pior patamar de extrema pobreza desde 2012 quando a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios – Contínua (PNAD – Contínua) começou a ser feita, conforme nos diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O auxílio emergencial amenizou as perdas salariais ocorridas durante a pandemia, sem ele neste ano, o País poderá voltar à situação de 2019. Como se tivesse feito um voo de galinha no combate à extrema pobreza.

Nos anos de 2012 a 2019 a pobreza seguia a economia, quando ela crescia a pobreza diminuía e vice-versa. No ano passado, o auxílio emergencial favoreceu a dinâmica fazendo com que o salário médio aumentasse para R$ 1,286 em novembro, conforme dados da PNAD-Covid do IBGE.

Estudo do Ibre/FGV aponta aumento da desigualdade social em 10% sem o auxílio e ainda considera o ano de 2020 como perdido em termos de redução da desigualdade social.

Com o fim do auxílio emergencial, o governo estuda formas de ampliação do programa bolsa família, mas o presidente ilegítimo Bolsonaro (sem partido) ironizou, dizendo que “se pagar R$5 mil por mês ninguém mais trabalha”.

Os dados do IBGE em 2020 informam o nível de desemprego em 14,6% no trimestre julho – setembro e corresponde ao terceiro recorde histórico consecutivo. Lembrando que se a população fosse a mesma de 2019, o percentual seria 24%, considerando que até novembro as mortes por Covid eram 170 mil em dados oficiais. 

São 14,1 milhões de desempregados que continuam a buscar emprego. E ainda 5,9 milhões que desistiram de procurar emprego e portanto não aparecem na estatística. A taxa de subutilização (informais e bicos) corresponde a 30% da população e teve aumento de 24% em relação ao ano de 2019.

Esses dados da matéria do jornal Estadão não deixam margem a dúvidas. O ano de 2019 encerrou com piora significativa da economia, do desemprego e do PIB. Também trouxe a perda de direitos sociais e trabalhistas bastante significativos. Tudo isso com o aval do congresso nacional, que aprovou a medidas de expropriação de direitos da classe trabalhadora. A consequência foi o agravamento da desigualdade social e a volta de milhões à condição de extrema pobreza.

Não bastasse isso, o país foi atacado por uma onda de pandemia sem precedentes, como os demais países do mundo. Os governos nada fizeram para amenizar os efeitos da pandemia. Não criaram grupos de cientistas para estudar o desenvolvimento de medicamentos e vacinas, deixaram por conta dos laboratórios que tem como objetivo a obtenção do maior lucro possível.

Também não investiram na criação de mais leitos, de mais UTIs, de máquinas respiratórias, medicamentos,  testes para a separação da população infectada. A única coisa que fizeram foi pedir para o povo ficar em casa, sendo que para poder comer, morar e se vestir precisa-se de renda, que vem do trabalho. E nesse sentido o isolamento social foi bastante precário, ocasionando milhões de mortes que poderiam ter sido muito mais reduzidas.

A crise econômica e depois a da pandemia trouxeram um cenário catastrófico para a classe trabalhadora, com desemprego, redução do salário, perda dos direitos trabalhistas, maior exposição ao contágio e à morte pelo coronavírus. Por outro lado, a burguesia viu sua renda aumentar em cerca de 10%, com crise, com pandemia e tudo mais. O que mostra que as crises funcionaram como concentrador ainda maior de renda da classe burguesa em detrimento da classe trabalhadora.

Com fome, miséria e desemprego a sociedade vira um barril de pólvora prestes a explodir a qualquer momento. Sem perspectivas de sair das crises, a situação tende a piorar cada vez mais. Prova disso é que com a extinção do auxílio emergencial a tensão aumenta, obrigando a burguesia a tomar medidas para conter a tensão social. A frente ampla contra Bolsonaro foi uma tentativa de desviar o foco da extrema pobreza, tratando-a como sendo resultado da política da extrema direita, quando na realidade é a política do neoliberalismo, que a burguesia recruta tanto a direita golpista, como o próprio Bolsonaro, para executar.

A fome e miséria em meio a pandemia são ocultadas pelo governo e a imprensa burguesa, mas não há como serem ignoradas por quem as sente no dia a dia. Um dado que mostra que a tensão continua aumentando. A falta de política dos golpistas para a pandemia e a crise capitalista mantém a instabilidade do regime e faz com que a explosão popular em greves e grandes manifestações continue latente.

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